quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Mensagem ( palavras de Clarice Lispector)

Caros amigos!

Repasso a vocês, palavras da admirável escritora Clarice Lispector a respeito do livro.
Um beijo,
Regina Sormani

“O Livro Desconhecido"

Estou à procura de um livro para
ler. É um livro todo especial. Eu o
imagino como a um rosto sem
traços. Não lhe sei o nome nem o
autor. Quem sabe, às vezes penso
que estou à procura de um livro
que eu mesma escreveria. Não sei.
Mas faço tantas fantasias a
respeito desse livro desconhecido
e já tão profundamente amado.
Uma das fantasias é assim: eu o
estaria lendo e, de súbito, uma
frase lida com lágrimas nos olhos,
diria em êxtase de dor e de enfim
libertação: mas é que eu não sabia
que se pode tudo, meu Deus!”

Clarice Lispector
(Tchechelnik-Ucrânia 1920-1977

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Viva a poesia! As duas flores - Castro Alves -


Amados leitores,

Hoje, dia 26 de agosto é o aniversário do meu amigo, o escritor Marciano Vasques.
Para homenageá-lo, estou postando um poema do imortal Castro Alves.
Parabéns, Marciano e um abraço a todos.
Regina Sormani


AS DUAS FLORES, faz parte do livro ESPUMAS FLUTUANTES, de CASTRO ALVES, publicado pela Klick editora para o jornal O Estado de São Paulo.


São duas flores unidas,
São duas rosas nascidas
Talvez no mesmo arrebol,
Vivendo no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.

Unidas, bem como as penas
Das duas asas pequenas
De um passarinho do ceu...
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo veu.

Unidas, bem como os prantos,
Que em parelha descem tantos
Das profundezas do olhar...
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.

Unidas...ai, quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rosas da vida
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!

domingo, 21 de agosto de 2011

1ª Felit em São Bernardo

A 1ª feira literária de São Bernardo do Campo, SP, aconteceu de 2 a 14 de agosto de 2011, no Pavilhão Vera Cruz. A Secretaria Municipal de São Bernardo contou com o apoio da FNLIJ para organizar o evento.
Fui à Felit para prestigiar meu amigo Marciano Vasques que lançou o livro ALGAZARRA DAS LETRAS pela Best Book e também para conversar com meus leitores e visitar algumas editoras.
Um abraço a todos,
Regina Sormani


Stand AEILIJ

Regina Sormani, o escritor Marciano Vasques e o jornalista João Luiz Marques

A escritora Regina Sormani no stand Paulinas

Livro de Marciano Vasques, lançamento da Best Book.

DOMINGO PEDE PALAVRA

SEBOS, CANÇÕES E UM ESPANTALHO POR AÍ


Vou parar de pensar em você
Pra prestar atenção na estrada
Roberto&Erasmo

Quando tudo começou? Quando o desmanche da emoção deu seus primeiros passos sem que prestássemos atenção?

domingo, 14 de agosto de 2011

FELIZ DIA DOS PAIS

Caros amigos!

Este texto foi enviado pela minha querida amiga, a escritora Angela Leite de Souza.
Um beijo,
Regina Sormani

Definição de filhos
(José Saramago)

"Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos,
de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos
e de aprendermos a ter coragem.
Isto mesmo !
Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter,
porque é se expor a todo tipo de dor,
principalmente da incerteza de estar agindo corretamente
e do medo de perder algo tão amado.
Perder? Como?
Não é nosso, recordam-se?
Foi apenas um
empréstimo".

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Convite


Memórias do fusca Zé - O ovni

Conforme relatei no artigo anterior, onde falei sobre "A Charanga", o Zé era o fusquinha branco da família Ayub, de Agudos, interior do estado. A bordo do Zé, percorríamos ruas e estradas e nem sempre as viagens eram tranquilas. Certa noite, passava da meia noite e nós vínhamos de Bauru pela Rondon já nos limites de Agudos. Na frente, Neide ao volante e ao seu lado, a irmã, Filó. Atrás, eu e a Maria de Lurdes, carinhosamente chamada pelos colegas de Lurdão. Na verdade estávamos meio chateadas, pois tínhamos ido torcer pelo time de basquete de Agudos. Lurdão estava machucada e, sem poder jogar, ficou sentada na arquibancada durante o jogo, vendo nosso time perder.
Dentro do fusca, o clima era de total desânimo. A Neide ligou o rádio, Lurdão fechou os olhos e cochilou, embalada pela melodia. O ceu da meia noite não tinha nuvens, nem lua, e as estrelas pareciam estar muito, muito distantes. Eu estava com o rosto grudado na janela do carro, observando o ceu quando vi algo diferente lá no meio da escuridão Prestei atenção naquilo e notei que se tratava de um objeto. uma coisa giratória, um disco rodando, que brilhava. À princípio aquilo estava lá longe e num minuto já estava perto. O que seria?
Chamei as meninas:
- Gente, o que é aquilo girando no ceu?
Lurdão abriu os olhos resmungando:
- Não tô vendo nada...
Ela estava na outra janela, atrás da motorista e não conseguia ver aquilo que eu via. Mas, as irmãs, Neide e Filó que estavam nos bancos da frente, viram e começaram a rezar.
Tudo aconteceu com muita rapidez. Quando percebemos, a coisa luminosa pairou, estacionou no ar sobre o fusca Zé, mantendo uma boa distância, mas, imediatamente o carro travou e o rádio desligou. Acho que durou só um segundo, mas, pareceu uma eternidade.
E nós quatro ali, geladas, segurando a respiração.
Lurdão falou:
- Nossa, será que eu bebi e não lembro?
E num piscar de olhos, o disco, o ovni, avião redondo, sei lá, resolveu nos deixar em paz e, da mesma forma que apareceu, se foi, girando e brilhando, para cima, sumindo na imensidão do ceu.
Assim que o fusca Zé voltou à vida, o rádio recomeçou a tocar, a Neide pisou fundo e em dez minutos chegamos em Agudos. Ufa!!
Nada combinamos, mas nenhuma de nós comentou o fato. Com certeza ninguém iria acreditar.
Dias depois, soubemos por uma colega da jogadora Lurdão que o time estava treinando à tarde na escola e as jogadoras foram atiradas ao chão durante a passagem de alguma coisa que sobrevoou a quadra de esportes. Ninguém se feriu. Foi só um susto.
Agudos volta e meia aparece nos noticiários a respeito de ovnis. Não digo que sim, nem que não. Mas, eu estava lá, naquela noite, a bordo do fusca Zé com minhas amigas Neide, Filó e Lurdão.





domingo, 7 de agosto de 2011

Memórias do fusca Zé - A charanga

Eu voltava da minha chácara, neste domingo, pela rodovia Castello Branco em direção à capital, quando no meio do trânsito infernal da volta pra casa, um fusca branco passou por nós.
Na mesma hora, lembrei-me do fusca Zé, de cujo número da chapá: 0033 jamais me esqueci.
Quando saí da minha cidade natal, Agudos,lá no interior do estado, vim para Sampa em companhia de três amigas, as irmãs Neide, Neusa e Filó Ayub. Elas trouxeram o Zé, um simpático fusquinha que nos transportava pra todo lado, o que era muito prático, diga-se de passagem
Uma vez ao mês, costumávamos ir à terrinha, visitar nossas famílias e certa tarde saímos de São Paulo, a bordo do fusca. Íamos pela Castello Branco, com a Neusa no volante, as quatro tagarelando e rindo, quando perto do Ceasa fomos abalroadas por uma charanga caindo aos pedaços. O condutor, embriagado, havia tentado nos ultrapassar e, não conseguindo nos fechou. Fomos parar no acostamento, felizmente sem nenhum ferimento, apenas atordoadas e amedrontadas. E lá veio ele, o autor da façanha, em nossa direção, cambaleando. Ele deixara a charanga no meio da rodovia atrapalhando o trânsito e veio pra cima de nós, em meio ao buzinaço. Saímos do fusca e ficamos ali, paradas pra ver o que ia acontecer.
- Moça! Oopa! Nossa estou vendo quatro! Com quem eu tô falando?
Neusa, a mais velha, se adiantou e respondeu:
- Pode falar comigo! O senhor sabia que fez uma manobra errada e tirou a gente da estrada?
O senhor é um irresponsável! Podia ter causado um acidente. Vai ver que nem tem carteira de habilitação.
- Ora, mas como foi que você adivinhou? Eu tava indo tirar a carteira, mas, fui atropelado...
- Meu senhor, nada aconteceu com o seu....veículo, nem com o meu foi só um arranhão na pintura, então, vamos encerrar esta conversa.
- Nã, nã, não, nada disso. Olha, a lataria do meu carro foi tandificada, dan...sei lá, estragou do lado da porta.
A Neusa, percebendo a confusão do homem e sentindo de perto o bafo de pinga, resolveu fazer uma proposta:
- Então tá bom, meu senhor. Vamos fazer o seguinte: o senhor paga o meu prejuízo e eu pago o seu. Combinado? O senhor não tem habilitação, se chamar a polícia vai se dar mal.
- Polícia, nem pensar... vamos fazer qualquer coisa.
- Quanto o senhor quer pelo prejuízo?
- Hammmm....hã....uns 20 mangos. Já dá pra tomar umas quatro cervejas.
- É, eu também -falou a Neusa- estava pensando em 20 reais.
- Que conheci- conhedicência! Você também vai tomar umas cervejas? Então tá feito! Eu te dou a grana e você me devolve...fica tudo certo.
Depois de tudo acordado, tudo ficou na mesma.
O homem voltou à estrada, subiu na charanga e foi embora. Seguimos viagem, aliviadas e ao chegarmos ao nosso destino contamos e recontamos a aventura aos amigos e parentes.

DOMINGO PEDE PALAVRA

FANTASMAS DA VIDA INTEIRA
 
Os fantasmas atemorizaram o meu castelo de ilusões. Difícil precisar quando eles chegaram. Também é incerta a data do início da edificação do castelo. Mas eles se instalaram e não quiseram mais arredar pé. Decidiram por conta própria que não mais cairiam na estrada.