quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Antigamente era assim...


Histórias da minha mãe

Minha mãe se chamava Marina e com ela aprendi a gostar de ouvir e de contar histórias. Antes do sol nascer, ela se levantava para acender nosso fogão de lenha e preparar o café da manhã para a família. Lá do meu quarto, assim que ouvia o barulho das panelas, eu pulava da cama e corria para a cozinha e me sentava à beira do fogão. Daí, ela abanava as cinzas para a lenha arder mais depressa, as chamas aumentarem de força e tamanho e, assim, ferver a água. Enquanto a água fervia na grande chaleira de ferro, era chegado meu momento favorito: a hora de ouvir histórias.
Lembro-me de uma, em particular que ela contou várias vezes a meu pedido.
Meus avós maternos imigrantes italianos adquiriram, chegando ao Brasil uma propriedade rural na cidade de Agudos, interior do estado de São Paulo. Nesse local, que veio a ser chamado Colônia Italiana, construíram suas moradias, cultivaram o solo e iniciaram a criação de animais, para ordenha, que ficavam soltos nos pastos.
Meu avô, Fortunato Andreotti, cuidava da propriedade auxiliado pelos filhos mais velhos, como era o costume. Certa tarde, chovia muito e ele voltou pra casa exausto da lida que começava às cinco da madrugada. Minha avó, Marieta, fazia os preparativos para o jantar, ajudada pelas filhas mais velhas, como era o costume. Ali, da porta da entrada, ouviam-se os gritos do filho caçula, o pequeno Hélio.
Meu avô perguntou então:
— O que tem o bambino?
Minha avó respondeu:
— Está chorando há horas, ele quer sair para brincar lá fora, mas chove sem parar...
Fortunato Andreotti era um homem bom que amava sua família e tinha um xodó pelo caçulinha Hélio. Aproximou-se do pequeno chorão e, enxugando as lágrimas que escorriam pelo rosto do menino conversou com ele. Hélio acabou desabafando:
— Pai, eu quero ir ver as vaquinhas no pasto!
E lá foi o Hélio, no colo do paizão, debaixo de um forte aguaceiro, passear no pasto para ver as vaquinhas. Para protegê-los, apenas um velho guarda-chuvas.
É, mas a história não terminou ali, debaixo da chuva. 
Minha mãe que estava lá, viu e viveu tudo isso, contou que o irmão caçula gostou tanto do passeio que não deu mais folga. Durante muito tempo, mesmo nas tardes de tempo firme, lá ia o pai dela, meu avô Fortunato, com o Hélio no colo, ver as vaquinhas no pasto...com o guarda-chuvas aberto.

Um beijo,
Regina Sormani

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Quem conta um conto.....



Meus amigos,

Uma jovem mãe, que costuma passear pelas lojas que vendem brinquedos nos shoppings paulistanos, contou-me a história abaixo.
 Pode ser que ela tenha aumentado
 um ou dois pontos, mas, achei interessante e resolvi repassá-la a vocês. 
Um beijo,
Regina Sormani

De verdade!

O vendedor se esforçava para agradar o freguês que estava inseguro, ali, na sua frente. No balcão, uma montanha de brinquedos de todos os tipos. Confuso, o moço demonstrava que era sim, pai de primeira viagem. O que comprar? Será que sua filhinha iria apreciar o coelhinho de pelúcia? Ou seria melhor levar a boneca? Sim, era linda, mas...
Depois de algum tempo, o vendedor, já impaciente e disposto a vender a boneca de qualquer forma, lançou mão do seguinte argumento: a preciosa boneca era tal qual uma criança de verdade.
— Veja — ele demonstrava — esta boneca fala: ma-mãe! Tal qual uma criança de verdade. Além disso, ela mama toda a mamadeira, uma graça! Até parece de verdade.
Sua filha vai gostar de pentear a boneca, pois os cabelos são quase de verdade.
O rapaz, continuava em dúvida, ouvindo e sorrindo.
Para reforçar a argumentação, o vendedor resolveu dar a última cartada:
— O senhor não vai se arrepender se levar a boneca. Ela é tão semelhante a uma criança de verdade, que ao colocar sua cabecinha no travesseiro, a boneca fecha os olhinhos e já começa a ressonar, em sono profundo.
Imediatamente, o indeciso contestou:
— Essa não, meu amigo! Você, com certeza não é pai! Não sabe o que é uma criança de verdade...:

domingo, 27 de janeiro de 2013

Uma História do Outro Mundo



Ilustração interna do meu livro "Uma História do Outro Mundo", lançado pela Editora Cortez, com ilustrações em aquarela de Gilberto Marchi.

Um abraço,
Regina Sormani

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Técnicas de ilustração nº29

Olá pessoal! 
Este trabalho foi encomendado pela agência de propaganda GORILA, de um amigo meu,  A ideia foi fazer uma arte bem realista do gorila e fundir com a imagem fotográfica da cidade de São Paulo, tendo em 1º plano o antigo edifício que foi do Banespa. O gorila, parodiando KING KONG, ficou segurando a parte superior onde tem o mastro da bandeira e apoiando o pé na lateral do prédio. Trabalhei somente com acrílico e pincel. 
Até a próxima!
Gilberto Marchi

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Viva a Poesia!



Queridos leitores!

Lancei na Bienal do Livro de SP, em agosto de 2012, o livro POESIAS A GRANEL, com poesias para colorir.
A poesia abaixo faz parte desse livro.
Divirtam-se! Grande abraço!

Regina Sormani



Pulinho

Que engraçadinho!
É o peixe Pulinho!
Se bem me lembro,
esse peixe nasceu em dezembro.
Então...ele é de Sagitário?
Pulinho pula no aquário.
Até parece que dança.
O seu rabinho balança.
Ele é todo vermelhinho.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

2013 vem aí!!!!!!!



Meu povo!

2012 está chegando ao fim. É o momento do balanço que costumamos fazer daquilo que realizamos ou deixamos de realizar durante o ano que passou. Quantas lembranças! Alegria, tristeza, surpresas, decepções..... Sentimentos alternados se encontram e desencontram em nossas mentes e corações.
Tudo isso faz parte da nossa natureza. O importante, eu acho, é aprender com os erros, para não repeti-los no dia a dia do ano que vai nascer.
BOA SORTE A TODOS!!!!
PAZ, SAÚDE, PROSPERIDADE!!!!
FELIZ ANO NOVO!!!!!
Bjs, mtos bjs,

Regina Sormani

sábado, 29 de dezembro de 2012

Pé de Meia Literário



COOPERIFA SEMEIA NOVOS LEITORES

COOPERIFA é a sigla da Cooperativa de Artistas da Periferia, um movimento coordenado pelo poeta Sergio Vaz, há cerca de sete anos. A proposta é muito interessante: abrir espaço para os artistas da periferia mostrarem os seus trabalhos. A partir daí outras coisas rolam: abrir o espaço, organizar sessões de apresentação dos trabalhos artísticos, receber convidados, divulgar o evento. E a proposta foi crescendo, cada vez mais ampla, com mais gente, deslocando-se para outros locais, conseguindo parcerias, apresentando-se e ganhando espaços na mídia, aumentando o número de participantes, ganhando status de movimento vivo, inteligente, sensível e bonito. Uma afirmação incontestável de que há, para além do que se faz e mostra e se vende dentro dos cânones estabelecidos pela indústria cultural.
A COOPERIFA foi pensada e posta em ação pelo poeta Sergio Vaz, ele mesmo autor de versos conhecidos de muitos de nós, principalmente na leitura do seu livro Colecionador de Pedras, e tem como marca registrada os saraus poéticos realizados às quartas-feiras, a partir das dezenove horas, no Bar do Zé Batidão, no Jardim Guarujá, periferia paulistana. Ali nascem e se apresentam poetas do povo, gente do olhar esperançoso, de arte bonita, de domínio gostoso de versos sensíveis. Mas, a arte da COOPERIFA não se esgota ali, um movimento intenso que abre outros espaços, pensa outras direções, costura outras manifestações, e sobe para a laje. Literalmente sobe para a laje do prédio do bar e se instala com sessões de cinema ao ar livre.
Assim brevemente apresentada, a COOPERIFA se instala entre nós como um movimento artístico e social que cresce em várias direções, inclusive na direção do incentivo de leitura. Uma de suas ações, sobre a qual quero falar um pouco, se deu no final do ano passado, nas vésperas do natal. Mais uma vez, sob o olhar atento, a mão firme e a inteligência sensível de Sérgio Vaz, os artistas e amigos da COOPERIFA reuniram um punhado bastante razoável de livros para serem distribuídos aos meninos e meninas moradores das cercanias do local onde se realizam os eventos da COOPERIFA. Mas, apenas distribuir livros não era suficiente para o pessoal. Eles queriam mais: queriam distribuir os livros e conversam com os leitores potenciais, falar a eles da importância e da gostosura da leitura. E gastaram nisso pelo menos duas manhãs de finais de semana visitando as casas, conversando com as pessoas e presenteando-as com livros, papais noéis com sacos cheios de livros.
Por essas e por outras, a COOPERIFA vem se instalando no panorama social e cultural - e, talvez, político – brasileiro, E deixa suas marcas firmes , contribuindo para a construção do nosso pé de meia literário.
Que assim seja, sempre.

Edson Gabriel Garcia é escritor e educador.