sábado, 29 de janeiro de 2011

Leia: Era uma vez um cajueiro

Gente querida,

Li, gostei e recomendo a todos a leitura do livro "ERA UMA VEZ UM CAJUEIRO" de Fabia Terni. Faz parte da Coleção Minha Turma, publicado pela Nova Didática.
As ilustrações são de Theo Cordeiro.
A turma é composta por: Amauri, Mauro, Vinícius, Clayton, Luana e o cãozinho Hot Dog.
Os garotos precisam arrumar camisetas para o time de futebol. Acontece que não têm dinheiro, então, é necessário descobrir uma forma de conseguir a grana. Entra em cena o famoso cajueiro de Pirangi, que nasceu lá longe, no Rio Grande do Norte. Essa árvore, considerada a maior do mundo em sua espécie, tem características especiais, que a tornam única. De que forma o cajueiro ajudou a turminha a conseguir o dinheiro necessário para a compra das camisetas?
Descubra isso e muito mais lendo a história da minha querida amiga e colega Fábia Terni.
Um beijão,
Regina Sormani

Os fios invisíveis do amor

Amigos,

Escrevi este texto, em junho de 2010 para a revista eletrônica PALAVRA FIANDEIRA do meu caro amigo Marciano Vasques. O texto integrava a edição comemorativa do Dia dos Namorados.
Alguns leitores me pediram que postasse o texto neste blog.

Li alguns anos atrás, uma fábula chinesa que contava o seguinte:
Cada pessoa, ao nascer, traz amarrados aos pés, fios invisíveis e muito, muito longos que, durante sua vida devem encontrar seus pares, nos pés de outra pessoa. O destino se encarrega de juntar essas almas gêmeas, de forma, muitas vezes, inusitada. Na fábula, a filha única do imperador se apaixona por um rapaz de família simples e se rebela contra a vontade do pai que pretende casá-la com um príncipe rico e cruel. O rapaz pobre é condenado à morte pela ousadia de se aproximar da princesa e tudo parece perdido para o casal de apaixonados. Porém, na hora da execução, o carrasco percebe que o moço traz no pescoço, um cordão com uma medalha e a entrega ao imperador. Este pedaço da fábula, todo mundo conhece: na verdade, o rapaz é o filho de um nobre e valente amigo do imperador, desaparecido num campo de batalha. A medalha é o documento de identidade do namorado da princesa. Desvendado o mistério, tudo acaba bem. Os fios invisíveis do amor cumprem seu destino. A princesa e seu amado casam-se e vivem felizes para sempre.
Deixando de lado a fábula chinesa e as artimanhas do destino, conheço alguns casos que acontecem no dia a dia e que merecem, pelo menos, alguns segundos da nossa atenção. Acompanhei de perto a história a seguir:
Osmar estava noivo, de casamento marcado com Patrícia. Lá no íntimo, ele não havia esquecido a Tereza, sua namoradinha de infância, que deixara há anos, no interior do Mato Grosso. Quase às vésperas do matrimônio, Osmar foi à Catedral da Sé para um momento de oração e reflexão. Na hora da saída, a moça que estava à sua frente deixou cair um livro de orações. Osmar apanhou o livro e quando foi entregá-lo, ficou frente a frente com Tereza. A partir daí, a história de Osmar começou a mudar. Sim, ele desfez o compromisso com Patrícia e até hoje está casado com Tereza.
Esse reencontro foi obra do destino? Coincidência? Teriam os fios invisíveis do amor se entrelaçado e unido Osmar e Tereza? O importante é que o amor venceu!


Um grande beijo a todos os leitores.

Regina Sormani

DOMINGO PEDE PALAVRA — 45




A CACHORRA E A AMADA AMANTE

Sinto necessidade de falar de uma canção do Roberto. O cantor de "rosto de moça" (Ver Clarice Lispector) gravou uma canção revolucionária para o tempo. Revolucionária pelo fato de que a época era de repressão e preconceito contra a mulher. E surgiu nas rádios "Amada Amante", quando a palavra "Amante" era envolvida por um intocável silêncio e adjetivos impronunciáveis. O sujeito da rádio garantia que o cantor não se referia à amante, mas a esposa. Roberto jamais faria uma canção falando de amante.
Disse que a época era de repressão e preconceito contra a mulher: hoje não tem repressão, só preconceito, exacerbado, da forma nunca vista antes. Não tem repressão institucionalizada, eu quis dizer, governamental, decretada, pois as mulheres estão apanhando cada vez mais nos esconderijos das casas periféricas. Nunca os homens adquiriram tantos poderes contra as mulheres como agora. E o machismo está mais forte. "Esse cara está louco!" poderão dizer. "Deve ser escritor!". E o que tem a ver Roberto com a sua amada amante hoje? Tudo! A juventude desconhece. A mesma juventude que ouve a letra de algumas músicas e canta a maior desvalorização e destruição da dignidade da mulher, como jamais se vira. Qualquer dúvida, é só ouvir algumas músicas com suas letras. Protagonismo juvenil? Esquerdistas atrasadíssimos talvez ainda ousem falar isso. Talvez a mesma espécie de esquerdistas como alguns que conheci do Partido Comunista do Brasil, que odiavam de forma doente Roberto Carlos, que com a música Amada Amante se revelava para mim mais avançado que muita gente que eu conhecia e estava na prontidão de discursos de enfrentamento com a ditadura. A política realmente nunca andou de mãos dadas com a cultura.
A letra da música batia de frente com terríveis padrões moralistas que vigoravam a pleno vapor no avassalador militarismo daquele início de anos setenta.
De amada amante à cachorra. A concorrência é desleal hoje para o professor e o escritor de Literatura Infantil. Talvez seja o momento de retomada e resgate de artistas, vozes, letras e canções que embalaram um outro Brasil, afinal tão recente, visto que "A vida é um sopro". A vida? Um conto ligeiro.
Amada Amante correspondeu a um criativo e desabrochador momento da cultura do Brasil. Devemos muito a Caetano Veloso e Ney, mas também ao Roberto — No caso, por algumas canções, entre as quais a maior, Amada Amante — Realmente, a juventude precisa conhecer, os olhos devem abrir. Considero urgente um repasse musical para uma inversão de valores atuais e resgate da sensatez.
Se hoje, na era pós-xuxa, vivemos um desmonte, um desmanche, ora, é preciso não esquecer o que esses caras edificaram. Caetano e seus amigos, Tom Zé, Taiguara, todos, e também o cantor de Amada Amante.
O YouTube está aí, dirão. Certo. Mas por si só não moverá as consciências. É necessário que cada um possa mostrar que em outros dias versos transformaram consciências e alteraram a realidade cultural do Brasil, mesmo que hoje esses versos possam parecer por demais simples, como "Esse amor sem preconceito/sem saber o que é direito/faz as suas próprias leis..."
O Brasil precisa avançar, e isso significa retroceder no tempo. Resgatar.
Na região onde moro, acreditem, meninas engravidaram sentadas ao ritmo das canções cujas letras a faziam lembrar que eram cadelas e cachorras.
Talvez esteja na hora do retorno da atenção.

MARCIANO VASQUES

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Coração de Sampa




Você já andou de trólebus?

No dia do aniversário da cidade de São Paulo, o passeio é gratuito. Com saída do Páteo do Colégio,o trólebus segue pelo antigo centro financeiro paulista, rua São Bento e Líbero Badaró para uma rápida olhada ao edifício Martinelli. Em seguida, vai pelo Viaduto do Chá, de onde se vê o Mirante do Vale, na região do Vale do Anhangabaú. Localizado na Av. Prestes Maia, é o edificio mais alto de Sampa. O trólebus segue também para outros pontos, como o edifício Itália, o Theatro Municipal, o prédio do Banespa e a Catedral da Sé.

domingo, 23 de janeiro de 2011

São Paulo completa 457 anos!

Terça-feira, dia 25 de janeiro é o aniversário de São Paulo. Parabéns, cidade querida!!
Como presente, Sampa vai receber de volta a biblioteca municipal Mário de Andrade, após três anos de reformas. Numa parceria do BID com a prefeitura foram gastos 17 milhões de reais, em fachada, modernização da rede elétrica e do sistema de segurança e climatização.
Os paulistanos terão acesso a 327 mil livros e espera-se que compareçam à biblioteca para que ela volte a ter vida. Pessoal, vamos prestigiar nossa biblioteca! A reforma da Mário de Andrade é um dos passos para a revitalização do centro da cidade. Essa maravilhosa biblioteca foi inaugurada em 1926 e fica na Rua da Consolação, 94, com acesso pela Av. São Luís ( biblioteca circulante)

Um forte abraço a todos,
Regina Sormani

DOMINGO PEDE PALAVRA - 44

O CARNAVAL E A MULHER



O autor angolano Valter Hugo Mãe, que estará na próxima FLIP, nos fala em entrevista ao "Estadão" de estigmas sociais que sobrevivem até hoje e a dignificação como um problema de gênero.
Argumenta sobre o poder da mulher, quase sempre sensual e muito objetificado. O preconceito social que permite ao homem toda devassidão e agressividade.
Lembro-me também do ator Pedro Cardoso falando da perversidade masculina.
Falando em mulher, um ministro do governo anterior, e também passado,  travou uma quixotesca batalha com um artista popular. Perdeu. Entre um pagodeiro e um ministro, quem mais força tem em nossa República?
O ministro não aceitava que um ídolo de forte apelo popular, inclusive entre crianças e jovens, fizesse propaganda de cerveja de forma tão descarada. Pois bem.
A mulher como objeto, coisificada, como fonte de prazer do homem, sensual e vazia, devassa, sem cérebro, só corpo, foi apresentada nas propagandas da bebida, da forma como convém ao pensamento machista e ao espírito dominante.
No caso do artista popular, o agravante não era esse, mas mim a tentativa de transformar um dia da semana, de trabalho e estudo, em dia de cerveja. Bem. Que seja assegurada a supremacia e a superioridade do homem, e que a mulher seja apresentada como objeto apenas, é deveras interessante e ajuda a vender um produto também associado ao prazer.
Ocorre que, independente do álcool, muitos homens estão sim batendo em suas mulheres em casa, e alguns ameaçando em público. E elas estão apanhando sim, e cada vez mais. Por mais incrível que possa parecer, esse retrocesso se agrava a cada dia em nosso tempo de tantas "liberdades". É o espírito da "velha República" que ainda prevalece na mente (mente?) de muitos "donos" de mulheres.
Digo tudo isso porque o carnaval este ano irá cair no Dia 8 de Março, o "Dia Internacional da Mulher", disseram-me.
Como não costumo olhar para os calendários, talvez pela saudade das folhinhas que via penduradas em todos os lugares, como barbeiros, açougueiros, farmácias...Talvez por isso presto muita atenção no que as pessoas dizem, e alguém falou mesmo em 8 de Março.
Como se comportarão os carnavalescos com relação à mulher? Vamos aguardar para ver.

Minha casa, bem sabem, é um templo aberto, um local de circulação de amigos. Nela, as três gerações se encontram diariamente: a criança, o jovem e o adulto.
E foi na ciranda da minha casa que ontem eu disse a um amigo que tem um filho de sete anos e está preocupado com a educação e o futuro dele.
Ponha em suas mãos livros de Literatura Infantil, e gibis.

MARCIANO VASQUES

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Ser solidário não tem hora

Meus caros amigos,

Solidariedade não tem hora, mas, como cidadãos devemos avaliar de que forma podemos ajudar aos que sofem com as calamidades provocadas pelas chuvas, enchentes e desabamentos que estão ocorrendo em várias regiões do país. É possível doar colchões, leite em pó, material de higiena pessoal, coibertores, roupa de bebê e também trabalhar como voluntário. Gostaria, também de acrescentar que uma notícia me causou revolta: existem indivíduos desprovidos de sentimentos humanitários, sem caráter, que abordam os cidadãos e que vêm se passando por "recolhedores de doações". Não façam doações a desconhecidos! Prefiram sempre os órgãos oficiais como a Polícia Militar e a Cruz Vermelha. Para doar sangue, o contato é: 08002820708, Hemocentro. No Rio, a rede Pão de Açúcar está recebendo doações em suas lojas e o Metrô, em algumas estaões.
Obrigada e um forte abraço,
Regina Sormani

domingo, 16 de janeiro de 2011

DOMINGO PEDE PALAVRA - 43



SÃO PAULO DE TODOS OS AMORES


São Paulo já foi da garoa, dos demônios da garoa, do samba. São Paulo já foi e é Sampa. Coisa linda que os baianos sacaram. Mas São Paulo está mudando, afinal, que bobagem!, não pode parar. Se pudesse, deveria, pois tem aconchegos de sobra.
Tem? Claro! A Biblioteca de São Paulo, onde era o complexo do Carandiru, a Pinacoteca, o Memorial da América Latina, o Ibirapuera, o Masp, a Estação da Luz, o Parque do Carmo em Itaquera, sim, Itaquera. Melhor parar. Se você der uma parada irá descobrir a sua leveza. Agora percebi que um dia é pouco para conhecer os cantos e os recantos da cidade. São Paulo precisa também de mais de uma crônica. Pois é.
Crônicas? Precisa de um romance. Espere um pouco! Romances é o que a cidade mais tem! Se fosse possível transformar em livros todas as suas histórias, seriam tantos os romances... Romances nascidos na rua Direita, na poeira e nos varais da periferia. Tem tudo aqui, tem histórias dramáticas, tragédias, amores encantados.
O espírito de São Paulo é o da poesia. Sim, e o seu patrono é o Mário de Andrade. Ora, veja só que presente a cidade vai ganhar em seu aniversário! A nova biblioteca Mário de Andrade. São Paulo e seus poetas nas calçadas chuvosas, seus moços, sua juventude, seu Rock In Roll, seu blues...
São Paulo, cidade de Tom Zé, cidade da poesia concreta e do exagero de concreto.
Toda São Paulo da saudade é inesquecível. A praça Clóvis, com aquele terminal de ônibus. Que saudades! É, a gente acaba sentindo saudades até das filas.
E o terminal de ônibus da Penha? Quantas e quantas vezes lá estive! Hoje em seu lugar está o Shopping Center. Aliás, a cidade está se transformando num imenso Shopping Center.
É compreensível a atração que São Paulo exerce nos povos de outras regiões. Muitos vêm com a intenção de trabalho. Dizem que aqui é terra do trabalho.
Alguns desvairados bem gostariam que a cidade fosse a terra da poesia. Talvez seja. Para mim é, bem já disse.
Nada me era tão prazeroso como passear na cidade: suas calçadas, suas galerias, seus viadutos, seus personagens. Lembro-me que durante alguns janeiros estive na Barão de Itapetininga, no calçadão assistindo à apresentação do índio das castanholas. Sim, o Índio Chiquinho, aquele que depois passou a ser desmoralizado pelo programa Pânico, da Rede TV.
Algumas cenas são inesquecíveis mesmo! Uma delas: Estava na Praça Ramos, entre o Mappin e o Teatro Municipal.  Eu apontava, para as crianças que perambulavam comigo, as luzes do Prédio do Banespa numa noite de quase Natal. Que magia! Só então eu me dava conta. Estava na cidade das luzes.
E os cinemas? Nada para mim trouxe mais alegria do que entrar nos cinemas de São Paulo. Não entrei em todos, mas vivi cenas inesquecíveis. Jamais olvidei, e nem poderia, a tarde fria de chuvisco (chuvisco, para não perder o costume: Talvez a cidade sempre tenha estado mais perto das nuvens) quando saí do cine Olido com os olhos em lágrimas após assistir ao Doutor Jivago.
Mas a familia ri quando me lembro que estive também num cinema da Avenida São João assistindo a um filme chamado "Nasce um Monstro". Eles sempre dão muita risada, pois isso aconteceu no dia 8 de março de 1977. Do cinema fui direto para o Hospital Santa Marcelina para ver pela primeira vez a princesinha que nascia.
Pois foi em São Paulo que levei pela primeira vez meus filhos ao cinema, para assistir ao conto de fadas moderno de Spielberg, o "ET", e depois, também com eles, no Cine Ipiranga. Cine Ipiranga? Essa saudade não cabe numa tela. Não me diga! O Belas Artes também vai fechar?
  Sei, os cinemas foram para os shoppings, e a cidade vai mudando, a cada ano, a cada dia, só o amor não muda. A gente não consegue deixar de amar São Paulo.
Nessas andanças do tempo, a cidade, acreditem, irá sediar a abertura da próxima copa do mundo, e, que orgulho!, aqui em Itaquera. Aqui, viu?
Feliz Aniversário!
São Paulo de todos os amores.

MARCIANO VASQUES

sábado, 15 de janeiro de 2011

Leia: AS DUAS BORBOLETAS

Olá, pessoal querido!

Na página "Leia" de hoje quero fazer alguns comentários a respeito do livro AS DUAS BORBOLETAS do meu caro amigo Marciano Vasques. Foi publicado pela editora F.FRANCO.LTDA e ilustrado pelo Walter Lara.
É uma história escrita em versos que fala sobre a amizade entre duas borboletas: Lila, a borboleta lilás e a borboleta bordô, que estava bordada num pano de prato de copa.
Como descreve o poeta:
"Lila é lilás e voa. A borboleta bordada, parada no pano, não voa. Uma voa numa boa, a outra não sabe voar"
Recomendo a leitura e apreciação desta história tão delicada que fala sobre a amizade e a preservação da natureza.

Forte abraço a todos,
Regina Sormani

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

DOMINGO PEDE PALAVRA - 42

Marciano Vasques
  

NA ALEGRIA AUTÊNTICA DO CARNAVAL
 
 

Fantasias. Talvez durante o ano tenhamos usado a fantasia da vida sem autenticidade, que é o contrário da vida genuína, e tenhamos participado de uma corrida medonha na qual o melhor das nossas energias foi gasta na busca desesperada pelo dinheiro do aluguel, pela comida, e tenhamos nos rastejados em inúmeras e intermináveis filas. E tenhamos sido forçados a nos embalar na ilusão de um cartão de plástico a nos creditar diante da sociedade.
Talvez a fantasia diária tenha ocultado o ser que de fato somos, plenos de amor, com natureza generosa, de doação, de espírito comunitário, que nascemos para a alegria. A mais pura alegria, na qual deveríamos vigorar, a alegria autêntica.

Então chega a festa pagã e podemos retirar as nossas fantasias e cair na alegria. Alegria que aos poucos vai se dissolvendo, pois o carnaval já não corresponde mais plenamente às necessidades da alma, e nós, que durante o ano tenhamos sido cada vez menos amorosos e tenhamos tido cada vez menos tempo, quem sabe já não vemos o carnaval com o puro olhar de outrora.

A televisão, extraordinária invenção do século XX, a cada dia torna-se mais forte a ponto de isolar as pessoas. Agora, a Internet a nos retirar da vida lá fora. Uma coisa extraordinária, uma das maravilhas do cérebro humano, mas precisa ser administrada, equilibrada, sob o risco de sermos tomados pela imbecilidade de nos afastarmos da vida lá fora, ao lado das pessoas com quem convivemos.

Ninguém mais se dá ao luxo de uma conversa numa varanda enluarada. E o carnaval que no passado encantou Rosema Branca, com confete e serpentina e os bailes de salão, o carnaval da alegria que a televisão foi formatando e passou a ser luxo do luxo do luxo, onde estará?

Onde andará o carnaval? Falo de São Paulo, da rica cidade, da nossa metrópole, não falo de outras regiões do Brasil, de outros estados e de outras cidades, as chamadas "cidades do interior", nas quais provavelmente blocos desfilem nas ruas sem a obrigação de ganhar prêmios e obedecendo somente ao regulamento do coração.

"Cidades do interior" onde o se voltar para dentro, para si, solicita uma renovada alegria, espontânea e sincera, na qual não é preciso a desvalorização do corpo da mulher e a degradação da sexualidade via banalização da sensualidade, entre outras coisas.

A época é complexa e sem direções éticas. Vejamos um exemplo amargo e doloroso. Um artista popular que tem crianças entre os fãs, para ganhar dinheiro fez comercial de cerveja, enriqueceu com a sua arte, mas também fazendo propaganda de bebida alcoólica, mesmo tendo consciência (e por isso mesmo) da força apelativa de sua imagem para vender, sem mostrar na propaganda as mulheres que chegam aos hospitais, espancadas por seus maridos por causa do álcool, e então, ele, o artista, participou de propaganda enganosa, pois sempre aparecia ao lado de mulheres, que são as boas da cerveja, nunca mostrando mães agredidas, filhas violentadas.
Para mim, que sempre vinculei o prazer da cerveja à conversa e ao estado poético do ser, a propaganda, infelizmente, só causou estragos ao relacionar à cerveja ao uso da mulher como objeto.
A complexidade da época também interfere no carnaval, tornando - o uma fonte de lucro, de recursos financeiros. Carnaval virou um negócio como outro qualquer. Nem sempre foi assim e ainda há clubes que acreditam numa alegria saudável, num espaço e num ambiente onde a família possa viver algumas horas felizes ao som de uma orquestra e onde os matinês representam a chance de alegria, pois carnaval é só isso: alegria. Ainda há o baile de carnaval em salões, onde as pessoas podem ouvir as músicas inesquecíveis, as marchinhas do coração, onde as famílias podem resgatar as suas melhores lembranças.
Sempre gostei de carnaval, sempre soube que os quatro dias oferecem a oportunidade para todos poderem jogar fora a sua fantasia opressiva e girar pelo grande salão entre risos e alegria, por isso sempre me entristeci com o que dele fizeram e tentam fazer os que são pelo espírito financeiro guiados. É hábito antigo se apoderar das manifestações de alegria autêntica do povo e convertê-las em negócio lucrativo.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Personagens do Teatro de Fantoches


Galinha Rosa


Angola e Tenor

A Galinha Rosa, a Angola e o Galo Tenor são bonecos que o Marchi confeccionou com feltro branco e colorido, cartão duplex e cola para o Teatro de Fantoches. Foram feitos a exemplo das personagens dos meus livros: O OVO AZUL DA GALINHA ROSA e AS AVENTURAS DO PINTINHO AZUL, publicados pela Paulus Editora.
Costumo utilizá-los em tardes de autógrafos e feiras de livro, nas escolas de São Paulo e do interior.
Um grande abraço,
Regina Sormani

sábado, 8 de janeiro de 2011

Leia "O homem do violão quebrado"

O HOMEM DO VIOLÃO QUEBRADO

Reli hoje o livro O HOMEM DO VIOLÃO QUEBRADO da escritora Camilla Cerqueira Cesar, uma das fundadoras do Celiju, Centro de Literatura Infanto-Juvenil, que não mais existe e do qual fiz parte. Minha querida amiga Camilla partiu para sempre no ano de 1987, deixando esse livro que recebeu o PRÊMIO JABUTI de 1984.
Nessa história, a menina Maricota, que estava em seu quarto, de repente é levada pela ventania para um lindo quintal, com cheirinho de frutas e descobre que seus brinquedos favoritos: o coelhinho Dondoca e o burrinho de madeira Ronca-Ronca também tinham sido transportados para lá. Ronca-Ronca não podia andar pelo quintal porque suas pernas estavam presas a uma tábua com rodinhas, então Maricota e Dondoca foram procurar algumas ferramentas para soltá-lo. Foi aí que encontraram o HOMEM DO VIOLÃO QUEBRADO e então,a história vai se desenrolando em descobertas e aventuras. A menina e seus amiguinhos descobrem o GRANDE CIRCO DO QUINTAL e o palhaço recitou para eles os seguintes versos:

Uma coisa ninguém sabe
De quem era o violão,
Do menino ou do homem,
Da senhora? De alguém mais.
Mas, é a história simples
Do homem dependurado
E de seu violão quebrado.
Naquela grande cidade.
Entre outros muitos mil.
Vivem a bela senhora
O menino que trabalha
Andando de lá pra cá.
E o homem dependurado
Com seu violão quebrado.

Antes de continuar
Eu lhes vou apresentar
Pela ordem de entrada
Todos os amigos que
Nesta história tomam parte.
Eia a rua da cidade.
Nela está o grande prédio
Com o hom,em pendurado.
Agoram vejam o menino
E a senhora na janela.

É um livro alegre como sua autora e muito gostoso de ler.
Foi publicado pela GLOBAL EDITORA e tem ilustrações de HELENA ALEXANDRINO.
Leitura recomendada para todos.

Um grande abraço,
Regina Sormani

domingo, 2 de janeiro de 2011

DOMINGO PEDE PALAVRA - 41



UM OLHAR PARA O ANO QUE PASSOU


COISAS PARA AS TRAÇAS

Vamos deixar pra trás
Coisas chatas para as traças:
Brigas, desavenças e desgraças.
Falsidades e mordaças.
Promessas mentirosas e fumaças.
Puxões de tapete e trapaças.

Para o ano que se inicia, vamos pensar diferente:
O pensamento leve, olhando lá na frente.
Confiando no amigo, amigo verdadeiro,
Que está do nosso lado, por inteiro.

Regina Sormani




2011 está demorando a passar! É brincadeira, lógico. Será um ano com tantos atrativos como todos os outros. Muitas resoluções pessoais, muitas promessas que não poderão ser cumpridas, e muita fé na renovação da vida em alguns, e em outros, muito desapego, e muita falta de zelo para com as coisas que deveras são.
Em vez de uma lista de resoluções, penso que seria mais conveniente para mim uma lista de atitudes, quereres e acontecimentos do ano passado.
Só tenho que agradecer pelo 2010!
Encontrei alguns bons amigos na Internet. Juro! Na Internet. O que prova que não é apenas o espaço onde vigora e se multiplica o desfile de vaidades.
Não caí na armadilha dos falsos elogios, os tais convenientes, que estão muito em voga em nossa contemporaneidade, como um trunfo para se ampliar ou abrir espaços. E também não teci elogios para conseguir qualquer coisa que viesse a satisfazer o meu ser.
Contemplei o aplauso do silêncio, e fui em frente. E com o coração aberto, escancarado.
Fui em busca do outro, nos encontros que enfeitiçaram a minha vida com conversas, sonhos e quereres.
Elas chegaram, as chuvas de Janeiro. E com elas a velha esperança de que depois da tempestade vem a bonança.
A  mesma timidez do menino entre os eucaliptos me acompanhou e não me larga. Não tem jeito. Irá me acompanhar até o fim da minha vida.
E falando em vida, como ela é breve, e brusca, por demais curta e ligeira, vamos em frente, que o Domingo pede palavra.

MARCIANO VASQUES

sábado, 1 de janeiro de 2011

Viva a poesia



As aventuras do Pintinho Azul

Nesta história, a pintinho Azul, é aconselhado pela vilã Perua a escapar do galinheiro e se aventurar pelo mundo lá fora. Longe da proteção da galinha Rosa e do galo Tenor, Azul vai reencontrar velhos inimigos...
Esse livro foi publicado pela Paulus e ilustrado pelo Marchi.
Os versos abaixo foram retirados da história, que é interativa.
Boa leitura a todos.
Um beijo,
Regina Sormani


O galo Tenor e a galinha Rosa
Andavam contando prosa
O dia inteiro
No meio do galinheiro

— Azul, o nosso pintinho
É esperto e engraçadinho.

A Angola, amiga e madrinha
Vivia falando sozinha,
Elogiando o afilhado.
Toda cheia de cuidado:

— Tô fraco, tô fraco! Mas que beleza!
É o melhor da redondeza.

Azul crescia forte e querido
E um tantinho convencido.
Estava ficando cansado
De ser tão paparicado.

A Perua, inconformada com a situação
Resolveu entrar em ação.
Chamou o pintinho Azul de lado
E mandou o seguinte recado:

— Chegue aqui, não tenha medo.
O que eu vou lhe contar não é um segredo.
Tenho experiência, sou viajada.
Este galinheiro não está com nada!

Dessa forma, sempre que Azul se afastava de Rosa, de Tenor ou da Angola, a Perua se aproximava dele e falava sobre o quintal. Ali, sim, era um belo lugar, com árvores gigantescas e frutas deliciosas.
O que acontecerá a Azul se ele ouvir os conselhos da Perua e resolver fugir do galinheiro?