sábado, 30 de abril de 2011

Coração de Sampa

Olá meus amigos!

Vocês sabem o que é o BookCrossing?

O BookCrossing ou livro livre é um conceito que pode ser resumido como a prática de deixar um livro num local público, para ser encontrado e lido por outro leitor, que por sua vez deverá fazer o mesmo. O objetivo do Bookcrossing é “transformar o mundo inteiro numa biblioteca”. Os membros desta comunidade de leitores, que não conhece limites geográficos, possuem um sentimento de partilha tão grande que não se importam de libertar seus próprios livros em locais como cafés, transportes públicos, bancos de praças e outros lugares que a imaginação ditar, para que outras pessoas os possam ler, ao invés de manter as obras paradas nas estantes. É uma forma de tornar o acesso à cultura e especificamente à leitura verdadeiramente universal.
O fato de alguém encontrar um livro registado no BookCrossing não implica que tenha que registrá-lo no site, já que pode deixar um comentário anônimo no livro. No entanto, quem desejar usufruir plenamente do site ou seja,participar dos fóruns, registar seus próprios livros e juntar-se à comunidade, terá de se inscrever. A inscrição é totalmente gratuita e anônima, sendo que o novo membro terá apenas de criar uma identidade virtual que o identificará sempre que fizer novos regisrtos no site.
O BookCrossing baseia-se em “Ler, Registar e Libertar”: Leia um bom livro, Registre-o no site para adquirir o número BCID e Liberte-o, passando para um amigo ou deixando-o em um local público.
Ao registrar uma obra no www.bookcrossing.com, o site automaticamente gera um número de identificação denominado BCID (BookCrossing Identification Number) único e exclusivo para cada livro, que permitirá ao “dono” original e a todos os que venham a dar entrada dele no site terem notícias da sua viagem pelo mundo. Este número deve ser escrito no livro, devendo ser também incluída alguma informação sobre o BookCrossing.
Depois do registro, o usuário deve avisar no site quando e em que local da cidade o livro será libertado. O objetivo é que alguém o apanhe e, através do seu número identificativo, acesse o site e faça uma “entrada de diário”, dizendo que o encontrou. Isto pode ser feito anonimamente.
Após a leitura, o leitor deve fazer nova “entrada de diário”, na qual dirá o que achou da obra e o que pretende fazer com ela a seguir – normalmente, libertá-lo outra vez para que possa continuar a sua viagem pelo mundo, indo ao encontro de novos leitores. Entretanto, o movimento já enfrenta críticas. O principal motivo das críticas negativas é que o movimento poderá vir a reduzir os direitos autorais dos escritores. Quem é favorável diz que o movimento não prejudica as vendas e os autores da mesma forma que as bibliotecas também não. O BookCrossing estimula a leitura e ajuda a formar platéia, o que tende a aquecer o mercado livreiro. É comum os bookcrossers comprarem livros para libertar ou para passarem a amigos, ou indicarem livros para leitura no site. Ao contrário do que acontece com a pirataria de música, cujas cópias são feitas pelo computador, os livros não são reproduzidos. Cada livro, pelo qual pagou-se pelos direitos para se fazer dele o que se quiser: guardar, emprestar, oferecer. O BookCrossing é uma forma original de oferecer livros sendo visto pelos autores e editoras como uma forma de divulgar suas obras e atrair novos consumidores.
E você, caro leitor, o que acha?
O BookCrossing participa regularmente de eventos, como saraus literários, Bienal Internacional do Livro, Festa Literária Internacional de Paraty, etc
Parceiros e apoiadores em São Paulo: Casa das Rosas, Biblioteca Mário de Andrade, Biblioteca do Círculo Militar, Central das Artes.

Um grande e afetuoso abraço,
Regina Sormani

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Luar no Guarujá

Na sexta-feira santa, aquela que antecede a Páscoa, ficamos presos num congestionamento noturno na avenida que acompanha a praia. Estávamos vindo de Pitangueiras em direção à praia da Enseada e nos surpreendemos com a lentidão do trânsito. O feriadão carregou uma multidão de pessoas para o litoral e o resultado disso foi uma fila interminável de carros tentando andar pela avenida da praia. Parados, ali, no meio da rua, que remédio senão olhar, devo dizer, prazerosamente, o mar invadindo as areias da praia. Para nosso deleite, lá estava a rainha da noite, a lua. Mas, não era uma lua qualquer, era uma bela, enorme, maravilhosa lua alaranjada que parecia ter saído do meio do mar, refletindo-se nas areias brancas. Nunca tínhamos visto uma lua como aquela. Esquecemos o congestionamento e durante todo o trajeto, não desgrudamos os olhos daquela magnífica lua alaranjada.
Um forte abraço,
Regina Sormani

sábado, 23 de abril de 2011

DOMINGO PEDE PALAVRA — 56

UM CERTO COELHO ENTRE NÓS



Muitos personagens povoam as mentes infantis. Geralmente derivados das Histórias em Quadrinhos e popularizados pela televisão nas sessões vespertinas. Uma boa parte não acrescenta nada para a criança. Só perseguições, pancadaria, espertezas, safadezas, bobagens e coisas sem sentido e muitas vezes sem lógica. É pássaro levado que está sempre brigando e levando a melhor, é gato perseguindo rato. Enfim. E tem coelho que também nada diz.
Mas como é Páscoa, resolvi falar de um coelho especial. Visto que no espaço lúdico da criança o coelho triunfou, por causa de sua fertilidade, e se tornou um símbolo da Páscoa, para glória e alegria do comércio de chocolate.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

O sonho de Nossa Senhora

Por Marco Haurélio


Quem quiser ouvir o sonho da Santíssima Mãe de Deus sobre o Monte das Oliveiras, onde Jesus Cristo deu tão alto e grande suspiro.

Deus chamando pelo anjo São Gabriel:

— Oh anjo São Gabriel, vamos ver se a Virgem Santa Maria dorme ou vigia o filho.

— Filho meu, bento filho, eu não durmo nem vigio. Só assim sonhei um sonho que gente humana não sonharia. Eu vi cordas grossas lhe amarrando, mil açoites que lhe davam, fel e vinagre que bebia. Eu vi o Sol gemer e a Lua suspirar.

***

Na porta da Alma Santa nasceu nosso Bom Jesus. Alma Santa respondeu:

— Bom Jesus, que quer agora?

— Quero que entre comigo dentro da Glória.

Não quero nem cama de ouro nem cama de cortina.

Quero em uma manjedoura
onde o boi bento lá comia com seu bafo.

Nossa Senhora com dor,
São José foi buscar luz,
São José não é chegado,
Nasceu nosso Bom Jesus.

Padre Filho perguntou:

— Como lá ficou?

— Ficou em uma manjedoura onde o boi bento lá comia com seu bafo.

Quem essa oração rezar
Sexta-feira da paixão
Seu pai e sua mãe
Têm cem anos de perdão
Nesse mundo será rei
E no outro rei coroado.
Amém.

Marco Haurélio é editor, poeta, escritor e pesquisador da cultura popular brasileira.

Páscoa por Marisa Sormani


Páscoa

Amigos queridos,


Páscoa é
Ser capaz de se modificar.
Partilhar a vida na esperança.
Lutar para vencer o sofrimento.


Páscoa é
Dizer sim ao amor e à vida.
Investir na fraternidade.
Lutar por um mundo melhor.
Vivenciar a solidariedade.


Páscoa é
Ajudar mais gente a ser gente.
Viver em constante libertação.
Crer na vida que vence a morte.


Páscoa é
Renascimento, é recomeço.
É uma nova chance para
melhorarmos as coisas que
não gostamos em nós mesmos.


Páscoa é
Para sermos mais felizes.
Para nos conhecermos mais
e vermos que hoje somos muito
melhores do que fomos ontem!

Marisa Sormani

domingo, 17 de abril de 2011

DOMINGO PEDE PALAVRA — 55



NECESSIDADE E UTOPIA




Da oral narrativa da Alemanha foi recolhido um caso de utopia. Duas crianças são por seus pais na floresta abandonadas. Pais que passam por privações terríveis. Para que os pequenos de fome não morram, eles os largam na mata.
Os irmãos encontram uma casa feita de doces. Tudo nela é feito de guloseimas. O telhado, as paredes. Pirulitos, sorvetes e doces de todos os tipos.
Em circunstâncias de desespero aparentemente instransponíveis o humano inventa utopias. Quando se torna flagelado pela fome e pela miséria absoluta e diante de situações calamitosas e sem saídas, torna-se utópico. Cria em sua mente coletiva as utopias.


Há na história humana os incontáveis exemplos. Lugares paradisíacos banhados por rios de águas cristalinas, terra onde o coentro eliminaria a fome, salsichas caindo das árvores, rios caudalosos e casas feitas de doces.
Nas histórias e nas lendas deparamos-nos com diversas utopias que podem não ser vistas como tais. Casar com um príncipe e viver como uma princesa num reino encantado é uma forma de utopia da alma humana, presente, sobretudo nos contos de fadas.
O bebê quando nasce não sabe nada de utopias, que não é uma idéia inata, um arquétipo da mente humana, como não são outras idéias, quaisquer que sejam, todas edificadas em camadas como palimpsestos na alma. São construções culturais. A maioria surgida da necessidade primordial.
O bebê procura instintivamente o seio gigante da mãe. A criatura que se apresenta diante dele, puro ser sensorial, é na realidade um gigantesco seio à sua disposição. Isso é necessidade, é por ela que ele sobrevive, porque procura o seio, essa é a sua motivação para a vida. Se de utopia nos seus primeiros dias vivesse morreria.
As satisfações das necessidades vitais representam a condição imediata de sobrevivência. Você sobrevive porque é feito de necessidades. O dia que não mais as tiver com certeza morrerá, ou melhor, já terá morrido. É a mãe da vida, no inicio representada pela figura da fêmea.
Fêmea feita de leite e de afagos que implantam a necessidade de afeto e de carinho. Fêmea a levar na boca o alimento para o filhote. A necessidade se apresenta como fêmea.
Quando as necessidades não são atendidas eis que surgem as utopias, não como substitutos, mas como atenuantes, paliativos, galhos onde o humano possa se agarrar para sobreviver na árvore da vida, que de frondosa passa a flagelo, a desgraça, a abandono, a esquecimento.
Um caso de utopia recentemente  contemporânea: o humano das utopias fortalecendo-se diante da figura carismática de um governo.
Governos populistas lidam bem com isso. Apresentam projetos paternalistas e assistencialistas que passam a atender à necessidade imperiosa de utopias coletivas quando seres miseráveis e de condições ultrajantes não têm condições concretas de lutarem sequer para o atendimento de suas necessidades.
Na impossibilidade de alcance da satisfação das necessidades a mente humana, — prodígio maravilhoso do mundo—, elabora utopias.
 
Mas elas podem tornar-se perigosas, pois poderiam engendrar fanatismos, caravanas por desertos, seitas, buscas insensatas; e templos poderiam ser erguidos sobre os destroços da natureza humana, que passaria a ser controlada pela vontade coletiva expressa e catalisada por representantes da dor represada.
Todas as utopias da história humana pela literatura e pela filosofia registradas são importantes enquanto documentos do imenso patrimônio cultural do homem. Seja a Republica platônica, a utopia de Thomas More, as cidades imaginadas por um filósofo nos anos de prisão, a terra prometida, os reinos além do mundo, o paraíso.


Todavia a necessidade edificou mundos. Bibliotecas foram erguidas por causa da necessidade de se preservar a riqueza cultural da humanidade. Livros foram censurados e queimados por causa da necessidade de tiranos de se perpetuarem no poder.

 
Sabe por si mesmo o bebê que todo o progresso da sua existência está na busca incessante da satisfação das suas necessidades básicas. O seu intelecto é uma láctea, manifesta-se gloriosamente em sua primeira ação cultural: o ato de sugar.
Até ir ao cinema para se distrair faz parte de uma necessidade. A da alegria passageira que muitas vezes substitui a felicidade autêntica, que só pode ser alcançada no pleno desenvolvimento do potencial do Ser.
Até espalhar a dor e o sofrimento pode ser uma resposta ao atendimento de uma necessidade que não pôde ser satisfeita no curso normal da vida: o afeto, a proteção, a segurança e o amor na infância.
Eis duas realidades da natureza humana. A necessidade a mover o mundo. A utopia como protagonista das forças paralisantes.



MARCIANO VASQUES


 Marciano Vasques é escritor, fundador do blog
                       CASA AZUL DA LITERATURA 

sábado, 16 de abril de 2011

Virada Cultural Paulista- abril 2011

A cidade de São Paulo realiza neste final de semana a sétima edição de sua já tradicional Virada Cultural. Serão 1.300 atrações gratuitas, entre espetáculos de música, dança, teatro, cinema e outras atividades espalhadas pela região central da cidade, unidades do Sesc e da rede CEU. O evento começa oficialmente às 18h do sábado (16) e vai pouco além das 18h do domingo.
Serviços de ônibus e metrô funcionarão por 24h excepcionalmente durante o evento. Além disso, ruas da região central terão tráfego interditado ou alterado.

Algumas atrações:

O palco mais roqueiro da Virada Cultural de São Paulo, o Júlio Prestes, não poderia ter outra atração de abertura que Rita Lee (18h). "Santa Rita de Sampa" puxa uma fila de nomes que vai do rock setentista do americano Edgar Winter (20h), passando pelo horror punk dos Misfits (2h) até a turma do rock brasileiro dos anos 80 representada por Plebe Rude (12h), Frejat (14h), Blitz (16h) e RPM (18h). Com um pé mais no jazz, o palco Liberó Badaró reúne artistas de renome internacional, como o tecladista inglês Brian Auger (23h), que já tocou com Rod Stewart e Led Zeppelin, e o brasileiro Eumir Deodato (1h), requisitado por gente como Björk e k.d. lang. Para os fãs dos Beatles, no entanto, o programa imperdível está no Boulevard São João: durante as 24 horas da Virada, a banda cover Beatles 4ever apresenta nada menos que 16 discos do quarteto de Liverpool tocados na íntegra de cabo a rabo e em ordem cronológica - do iêiêiê de "Please, please me" (18h) ao experimentalismo de "Abbey Road" (13h30). Quem preferir conhecer novas bandas jovens e independentes, a melhor pedida é o palco Cásper Líbero, na região da Luz.


Os palcos do Pateo do Collegio e da Estação da Luz são os espaços dedicados à música clássica, concertos e espetáculos de dança na Virada. Na Estação da Luz, o programa abre com uma performance do Balé da Cidade (19h15), seguida de um concerto da Orquestra de Câmara da USP (21h) e de um curioso encontro entre a Orquestra Experimental de Repertório e os metaleiros da banda Sepultura (0h). Já no domingo, os destaques são as duas apresentações da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo: com um concerto principal às 18h e uma parceria com os bailarinos da São Paulo Companhia de Dança logo em seguida, às 18h45. No Pateo do Collegio, haverá duas apresentações da ópera Pagliacci (às 20h do sábado e às 19h do domingo), além de diversos espetáculos de grupos de circo.

Viva a Poesia

Fome de Vida


Acumulo livros nas estantes,
Meu refúgio me espera.
Quando a realidade se exaspera,
Sem saber ir,
Eu fico.
Fecho a porta, cerro as cortinas.
Lá fora passa a vida.
Aqui dentro não há relógio,
Não há espelhos.
Só a poltrona
Onde me sento.
Vôo nos versos,
De poesia me alimento.

Simone Pedersen


"Fragmentos e estilhaços"- Editora In House

Teatro de bonecos


Caros amigos!

Papão e Lobisomem de óculos são personagens do teatro de bonecos Bye,bye, amigo monstro, adaptados do meu livro interativo que tem o mesmo nome. A história fala sobre Letícia, uma garotinha que sonhava com um monstro aterrador Utilizo esses dois bonecos para conversar com as crianças durante o desenrolar do espetáculo e assim, surgem muitos depoimentos e conversas que irão ajudar a espantar o medo infantil pra bem longe.
Bye, bye amigo monstro foi publicado pela Paulus.
Um grande abraço,
Regina Sormani

domingo, 10 de abril de 2011

DOMINGO PEDE PALAVRA — 54

DESAFIO CHAMADO VIDA

"Viver é adaptar-se"
Euclides da Cunha



O impulso epistemológico que nasce com o bebê acompanha o ser humano durante toda a sua vida. Sonhar mais um sonho impossível (Miguel de Cervantes) talvez seja a forma de não se virar minhoca (lembrei-me de Ilma Fontes), ter um sonho como companheiro, fazer desse companheiro um camarada, como faz da poeira o cantador (Geraldo Vandré). Estar aberto ao sonho, ser esse sonho parte integrante da curiosidade, manter os olhos curiosos para o mistério do mundo, o que significa, para a abertura da vida.
Ter os olhos para o mistério do mundo é conservá-los como olhos de meninos: o olhar do menino é o olhar do poeta, ele vê as coisas do mundo sempre como novidades. O mundo é a novidade que não se esgota. Adaptar-se pode ser reencontrar esse olhar perdido no tempo da rotina das coisas.
Sentir necessidade, provocar o desequilibro, essa é a fonte da evolução, cuja deusa mãe é a curiosidade. Então a teoria piagetiana da motivação (a provocação do equilíbrio) faz-se notar na adaptação do individuo ao mundo, o que não significa o acomodamento, o acomodar-se, ao contrário, significa o enveredar do individuo na ampliação do conhecimento, ou seja, num processo interacionista (homem e natureza) o exercício do domínio do primeiro a partir da compreensão do mundo (da vida) como uma oferta para uma longa conquista.
Viver é adaptar-se, mas isso significa: encontrar a felicidade na realização do Ser, através da vivência de situações que exigem a busca de desequilíbrios, situações que busquem a estimulação pelo ato de ser, num caminho de assimilação (aprender a viver no mundo, penetrar em seus labirintos, aceitar os seus desafios).
O Ser certamente desenvolverá a sua potência de construtor de si mesmo através do cultivo da curiosidade.
A curiosidade de Piaget foi tentar decifrar, ou seja, compreender o nascedouro, a genealogia, e mais que isso, a construção do conhecimento, como o conhecimento se constrói, como ele é construído pelo e no Ser. De que forma isso ocorre, e como isso afeta a vida.
Na medida em que o Ser constrói o conhecimento na interação com o meio (a natureza, o mundo) ele se adapta: vai moldando o mundo (o conhecimento) aos seus interesses, ao seu prazer. A alma se alimenta do conhecer, da luz, e o Ser se realiza em sua incompletude, no sentido de que a curiosidade (a busca do desequilíbrio) é incansável, no sentido de que o Ser continua vivo, e isso quer dizer: continua em busca da satisfação da necessidade. Viver é estar pleno de necessidade. Eu sou um feixe de necessidades!
Adaptar-se é também aceitar essa condição, e assim buscar a possibilidade de harmonia, não a harmonia da aceitação conformista de imobilidade, da imutabilidade das coisas que são, mas a harmonia da nervura do desequilíbrio que provoca o crescimento.
Crescimento que significa conviver com o desafio chamado vida.

MARCIANO VASQUES

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Técnicas de ilustração 13 - Observadores de pássaros


Olá!

Desta vez estou postando uma das 7 ilustrações realizadas para o Relatório Anual da Brasken. Todas as artes foram feitas com aquarela sobre papel Fabriano Cotton, cujos temas apresentam a relação do ser humano com a natureza.


Um abraço,

Gilberto Marchi

Leia: "Tagarela" de Alina Perlman

Gente querida!

Quero começar falando sobre a autora do livro TAGARELA, a Alina Perlman. Ela é uma amiga querida, e também uma das melhores escritoras de livros infantis da atualidade.
Tagarela conta a história de Cecília, uma garotinha simpática, alegre e inteligente.
Porém, essa graça de menina falava o tempo todo, sem parar. Falava, falava, falava...ufa! Em casa, não dava sossego aos pais, perguntava a respeito de todos os assuntos e na escola, então, deixava a professora maluca. Era, sim, muito querida pelas colegas, mas, nem elas aguentavam tanta falação.
Cecília adorava sair para ir ao teatro ou cinema, mas, ficar quieta nesses lugares era um problemão. Como controlar aquela coceirinha na língua?
Certo dia, porém, a menina começou a ficar rouca e a mãe a levou ao médico que receitou vários remédios para rouquidão. Nada adiantou e então Cecília foi levada a um especialista que explicou que a menina tinha um problema numa das cordas vocais e decretou:
— Operação simples. É feita no consultório e a menina pode voltar para casa no mesmo dia.
Bom, a tal operação foi feita com sucesso, mas, Cecília teria que ficar sem falar durante uma semana. Ficou combinado que os pais dariam a ela um sininho para chamar as pessoas, um caderno e uma caneta para escrever aquilo que precisasse.
Nem é preciso dizer que a carga da caneta acabou, muitos outros cadernos foram comprados e as pessoas ficaram malucas de tanto ouvir o sininho tocar...
Certa noite Cecília acordou com sede e tocou o sininho pra chamar alguém. Tocou, tocou e ninguém ouviu. Ficou muito brava mesmo, mas, como gritar? Estava proibida de falar. De repente ouviu uma explosão seguida de um grito. Olhou-se no espelho e percebeu que que havia um buraco em cada um dos seus cotovelos. Vocês devem conhecer a expressão"falar pelos cotovelos". Era isso, exatamente, o que estava acontecendo.
A essa altura, a história se torna mais e mais interessante, com passagens muito engraçadas. Mas, não vou contar o final, não. Recomendo a leitura a todos, tenho certeza que vocês irão gostar. E pra finalizar, quero dizer que as ilustrações são da Ana Raquel e que este livro foi publicado pela editora Formato.
Um forte abraço,
Regina Sormani

domingo, 3 de abril de 2011

DOMINGO PEDE PALAVRA — 53



NÃO É SÓ VERSEJANDO

QUE A ALMA VICEJA



Versejar, pois é domingo! Eis o grito de paz do meu coração. Mas, acontece um detalhe: sou poeta, dizem, e amo a literatura, essa irmã da filosofia. Porém, esse porém é inevitável: estou no mundo, e veja, se tiver alguém que acredita que a literatura está fora do mundo, enganou-se.

Pecezinho - O pequeno corrupto



Meus queridos leitores!

Aí está mais uma tira do irreverente Pecezinho, personagem totalmente sem escrúpulos, a exemplo de muitos políticos que andam por aí.
Pecezinho já foi publicado no jornal "O PROGRESSO" de Brotas, de propriedade do caro amigo Pedro Lucente.
Espero que vocês se divirtam com o Pecezinho, o pequeno corrupto. Hoje apresentando: EM TERRA DE CEGO...

Um beijo,
Regina Sormani

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Homenagem ao meu irmão

Meus caros,
Esta carta foi escrita pelo querido amigo Fernando Lopes, cidadão agudense, advogado da minha família.
Um grande abraço a todos,
Regina Sormani



Édio Sormani


Já faz alguns anos que proibi terminantemente que meus amigos morressem. Infelizmente, um ou outro insiste em desobedecer. Na segunda-feira morreu meu amigo Édio Sormani, advogado, jornalista, poeta, mestre, mas sempre o amigo de todas as horas. Uma das pessoas mais engraçadas que já vi - embora também uma das mais irascíveis. Ria por nada, da mesma maneira que xingava por quase tudo. Mas também rolava de rir de nossas desventuras advocatícias, quanta saudade delas. Enfim, no frigir dos ovos, a média é muito positiva. Era (e continuará sendo) inesquecível.

Desconfiado, companheiro, honesto, irônico, palmeirense, italianófilo, praguejador, frasista de efeito, cachimbista arrependido, caçador, piadista, sedutor, conversador, teimoso como uma mula, contista, leitor voraz, ansioso, político, pessimista de plantão, trabalhador, profissional combativo, contador de “causos” hilários, protagonista de “causos” mais hilários ainda, eterno galanteador, pai, avô. Em resumo, esse era o Édio, se fosse possível resumir uma pessoa tão complexa.

Era uma daquelas pessoas que dois indivíduos descreveriam de forma completamente diferente. E talvez ambos tivessem razão. Uma coisa é indiscutível: polêmico ou não, provocador ou não, contraditório ou não, Édio era mais do que um simples indivíduo; era uma pessoa folclórica. Poucos chegam a esse patamar, mesmo em cidades pequenas, onde ainda se cultiva essa deliciosa fama boca-a-boca que a internet (ainda) não matou.

As histórias, as piadas, as pragas e as decisões dele vão fazer falta. Pra muita gente. Um amigo que muitos tiveram, um amigo e companheiro que tive o prazer de ter. E isso foi privilégio de poucos. Choram os amigos, chora a família. E todos os que ele ajudou nessas décadas de advocacia - e não foram poucos. Muitos por pura amizade. Descanse em paz e não apronte muito do lado de lá.


Fernando Montes Lopes