sexta-feira, 1 de abril de 2011

Homenagem ao meu irmão

Meus caros,
Esta carta foi escrita pelo querido amigo Fernando Lopes, cidadão agudense, advogado da minha família.
Um grande abraço a todos,
Regina Sormani



Édio Sormani


Já faz alguns anos que proibi terminantemente que meus amigos morressem. Infelizmente, um ou outro insiste em desobedecer. Na segunda-feira morreu meu amigo Édio Sormani, advogado, jornalista, poeta, mestre, mas sempre o amigo de todas as horas. Uma das pessoas mais engraçadas que já vi - embora também uma das mais irascíveis. Ria por nada, da mesma maneira que xingava por quase tudo. Mas também rolava de rir de nossas desventuras advocatícias, quanta saudade delas. Enfim, no frigir dos ovos, a média é muito positiva. Era (e continuará sendo) inesquecível.

Desconfiado, companheiro, honesto, irônico, palmeirense, italianófilo, praguejador, frasista de efeito, cachimbista arrependido, caçador, piadista, sedutor, conversador, teimoso como uma mula, contista, leitor voraz, ansioso, político, pessimista de plantão, trabalhador, profissional combativo, contador de “causos” hilários, protagonista de “causos” mais hilários ainda, eterno galanteador, pai, avô. Em resumo, esse era o Édio, se fosse possível resumir uma pessoa tão complexa.

Era uma daquelas pessoas que dois indivíduos descreveriam de forma completamente diferente. E talvez ambos tivessem razão. Uma coisa é indiscutível: polêmico ou não, provocador ou não, contraditório ou não, Édio era mais do que um simples indivíduo; era uma pessoa folclórica. Poucos chegam a esse patamar, mesmo em cidades pequenas, onde ainda se cultiva essa deliciosa fama boca-a-boca que a internet (ainda) não matou.

As histórias, as piadas, as pragas e as decisões dele vão fazer falta. Pra muita gente. Um amigo que muitos tiveram, um amigo e companheiro que tive o prazer de ter. E isso foi privilégio de poucos. Choram os amigos, chora a família. E todos os que ele ajudou nessas décadas de advocacia - e não foram poucos. Muitos por pura amizade. Descanse em paz e não apronte muito do lado de lá.


Fernando Montes Lopes

Um comentário:

Maristela Melo disse...

Muito bonito... pessoas interessantes vivem intensamente. Não o conheci...mas a descrição me deixou muito perto dele e da dor de voces.

Maristela do blog leituras ao vento Maringá