quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Coração de Sampa


2011 está chegando!

São Paulo se prepara para mais uma virada de ano. É como se todos os corações paulistanos pulsassem no compasso das horas e minutos que faltam para o relógio do tempo decretar "Feliz Ano Novo".
No dia 31, vai rolar uma intensa programação comemorativa, passando pela tradicional corrida de São Silvestre e pelo famoso reveillon na Paulista, recheado de atrações, fogos e sensações. Estima-se que dois milhões de pessoas compareçam ao evento já a partir das 20hs. São Paulo é assim mesmo. Tem vocação para o que é grande, o que é mega. De coração, desejo um mega 2011 para toda a gente. Que nosso povo não precise enfrentar tantos problemas e que, a cada dia surjam novas e melhores soluções para a Saúde, Educação, Cultura, Lazer, Transportes e Segurança.
Desejo que a ARTE, a MÚSICA, a POESIA e a LITERATURA sejam, em 2011, constantes na vida dos paulistanos e de todos os brasileiros.
Um bom 2011 a todos!
Regina Sormani

domingo, 26 de dezembro de 2010

DOMINGO PEDE PALAVRA - 40

Marciano Vasques
  

NO DIA EM QUE O ENCONTREI
 
 
Estava vindo quando o encontrei. Dei uma parada e me pus na calçada pra ver a banda e lá estava ele. Num andaime, naquela construção antes da estação do metrô. Colocava, umas sobre as outras, as proparoxítonas.

Estava lá. Nunca pensei que pudesse encontrá-lo assim tão cedo. Aliás, nunca pensei que pudesse mesmo encontrá-lo. Foi um encontro saudável, a melhor coisa que me aconteceu.

Então a vi. Ela também estava lá, na mesma calçada e eu a chamei. Claro que pelo primeiro nome que me veio à mente. Pelo menos pensei que pudesse ser esse o seu nome: Carolina.

Talvez fosse Januária ou Iracema. Cecília? Angélica? Sou meio devagar para guardar nomes.

Já a encontrara antes, pelo menos duas vezes.

Na primeira ela era assim meio bobinha. Ia por uma floresta. Depois de um bom tempo reapareceu com uma fita verde no cabelo. Já estava bem crescida.

E finalmente me apareceu comendo um bolo de chocolate. Quis perguntar o que fazia ali, mas ela responderia o óbvio. Também estava esperando pela banda, ou então o carnaval chegar. Tinha perdido o medo de tudo, e não comia qualquer bolo. Ofereceu-me um pedaço.

Alguma coisa me distraiu, uma ostra, o vento, um zepelim, uma moça com uma tatuagem...

Foi só me distrair e, cadê a menina?

Num instante desapareceu. Tentei segui-la para perguntar um monte de coisas, mas no meio da multidão não encontrei mais nenhuma menina com chapeuzinho.

Não tinha reparado, mas havia uma multidão. Gente de todo tipo, uns lendo um almanaque, outros pelas tabelas, ainda esperando, esperando, esperando...

Perguntei inutilmente para uns curiosos se algum deles havia visto uma menina assim, mas eles disseram que não tinham tempo para reparar em meninas com chapéus amarelos, mas eu argumentei também inutilmente que essa menina era muito importante e todos precisavam conhecê-la.

Ninguém queria saber, aliás, ninguém prestava atenção em mim. Um sujeito ouvia um rádio de pilha, colado ao ouvido. Do jeito que se movimentava, pareceu-me que ouvia uma dessas músicas assim com éguas.

Penso que essa multidão sempre esteve presente. Comecei a ficar sufocado, querendo sair do meio da multidão, quis gritar que a banda já havia passado, mas senti que ninguém estava esperando pela banda, talvez o sinal ainda estivesse fechado ou estavam esperando acontecer alguma coisa com ele, que continuava pendurado na construção.

Parece que a multidão gosta de ficar olhando para os andaimes lá no alto. O que sei é que a multidão não é muito chegada em olhar para o céu, assim contemplativamente. Isso é fácil de resolver, pensei, bastaria alguém espalhar o boato de que algumas nuvens jorram moedas.

Achei melhor seguir em frente, para não chegar atrasado. Olhando as vitrines mas procurando não me distrair para não perder a hora.

Passou por mim um sujeito com tipo de malandro oficial e, como se fosse num sonho, quatro animais, cantando...

Era um sonho, sim, só podia ser, mas eu estava com tanta pressa que achei melhor nem pensar nisso. Sonhos ficam para depois.

Passou uma morena por mim. Outra que está correndo. E olhe só o tamanho da fila do metrô! Perdi a morena de vista. É a coisa mais fácil perder alguém de vista em São Paulo. As pessoas entram nos labirintos e desaparecem. Adeus, morena. De Angola?

Meus caros amigos: sinto que estou ocupando demais o tempo de vocês, mas não podia deixar de contar esse encontro com ele, e com ela, a menina que perdeu os medos, e com as mulheres, todas: a morena, a noiva da cidade, aquela mulher, a Teresina, e outras.

Elas estão em nossas vidas, uma aparece como se fosse a primavera, outra, sob medida, uma nos oferece um amor barato, outra nos deixa injuriado. É assim, compadre, o que seria do seu cotidiano sem a presença da mulher? Mesmo que apenas em sonhos...

Mas, trocando em miúdos, está na hora de a gente se despedir, o dia vai começar. Parece que tudo está do mesmo jeito. A gente continua lutando, lutando... e uma dor sempre querendo se hospedar.

No fundo mesmo o que eu queria era contar esse encontro que tive com ele. Um encontro desses faz um bem danado.

sábado, 25 de dezembro de 2010

NOTICIAS DA TERRINHA

PROMESSA É DÍVIDA

Como promessa é divida, saí pela cidade fotografando com minha Sony digital. As fotos não estão muito boas porque a maioria delas tirei dentro do carro. Mas acho que vocês conseguirão ver um pouco da decoração natalina de nossa terrinha.

É uma decoração simples (não podemos competir com Avenida Paulista), mas feita com muito carinho pela Prefeitura Municipal de Agudos.
Além da decoração, todos os moradores receberam cartões de natal do prefeito e seu vice e do ex-prefeito que foi candidato a deputado federal.
Nosso prefeito, mesmo sendo jovem (23 anos de idade), é uma pessoa preocupada com o bem estar da população e muito querido por todos.


Local onde foram distribuidos os presentes para as crianças
casinha do Papai Noel

Papai Noel gigante
Rua 7 de Setembro decorada

Rua 13 de Maio decorada

Arvore de Natal na praça Tiradentes

Arvore de Natal e a Rua 13 de Maio

Nosso Paço Municipal

Cartão de Natal do prefeito e do vice prefeito de Agudos

Verso do cartão

Cartão do nosso ex- prefeito e candidato a deputado federal


Verso do cartão


sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai Noel


Estávamos ocupados recebendo e enviando mensagens de Natal pela internet. De repente, sons vindos da rua chamaram nossa atenção e fomos até a janela. Dois rapazes, com o tradicional barrete vermelho com pompons na ponta vinham vindo pela rua. Um tocava sax e o outro, tambor. A música que eles tocavam era a do título desta matéria: "Papai Noel, vê se você tem a Felicidade, pra você me dar. Eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai Noel".... Percebemos que o Papai Noel ainda não havia chegado para os dois músicos que ali estavam, exibindo sua arte em troca de algumas moedas.
O Marchi lembrou-se do pai, exímio pianista que ganhava a vida dando aulas de piano dia e noite. Também pensei no meu pai que começou a tocar flauta, profissionalmente, aos doze anos de idade e nunca mais parou...
Será que Papai Noel, em 2011, será mais generoso com os músicos deste imenso Brasil?
Pelo sim, pelo não, corremos lá fora e depositamos na caixinha de coleta dos músicos a nossa contribuição, na esperança que muitas outras pessoas, vendo nosso gesto, também resolvam ajudar.

Feliz Natal a todos.
Um beijo,
Regina Sormani

domingo, 19 de dezembro de 2010

DOMINGO PEDE PALAVRA - 39




A memória nos salvará!
   

A memória nos salvará! Não é possível seguir durante muito tempo sem retornar à memória. Ela nos devolverá a lucidez, a paz, a harmonia e nos trará a felicidade. Precisa ser cultivada desde cedo em cada pessoa, nos jovens, nas crianças. Devem ser erguidos novos estudos sobre a memória, para que ela seja cada vez mais requisitada, cada vez mais faça parte da vida de cada um. Não estudos científicos apenas, mas filosóficos, principalmente.
         As pessoas que vivem no Saboó, em Santos, perto do cemitério da Filosofia, talvez vivam em estado de memória. Quem sabe tenham nos entrelaçamentos dos neurônios a mesma maresia que invadia as casas, os carnavais antigos, o Monte Serrat, a pedra branca na areia, os trilhos, o sol, Rosema banhada de confetes, luzes despedaçadas nos paralelepípedos, o jogo do bicho, os barcos, a malandragem, as prostitutas, os vestidos coloridos, a alma portuguesa. Quem sabe tudo só encontre agora o seguro cais na poesia. A literatura é a morada derradeira da vida.
         Coentro, salsa, leite de coco, o aroma do peixe moqueado envolvido na folha de bananeira invadia o quintal. Aroma que ficou na memória dos sentidos, como ficou a fuligem nos sulcos do rosto da minha mãe, mastigando um bagaço de cana no quintal, como ficou o balde que rolava na ventania, como ficou a roupa estendida no varal, o boné da CMTC num cabide, o diapasão do amolador de tesoura, a voz do peixeiro e a voz do carvoeiro e o fósforo riscado numa noite, a voz  doce que contava histórias nas quais filhos que batiam nas mães eram possuídos por uma maldição que os transformava em lobisomens.
         Memória dos sentidos nos verdes que saltavam, na luminosidade dos insetos, uma joaninha, uma libélula, um gafanhoto, uma cigarra enterrada na areia num sol quente de meio-dia. Coisas que se perdiam, que partiam diariamente, se desfazendo, se dissolvendo, desaparecendo,
         A memória dos sentidos, o primeiro perfume da menina do amor platônico, casto; seus olhos, sua pureza, sua timidez. As conversas pleonásticas, a voz de meu pai, queixas, o vinho, as castanhas, as qualidades do café, o governo, a ditadura, os comunistas, palavras que chegavam aos meus ouvidos, como mamona...
         A memória dos sentidos é a extensão das coisas.
O sonhador, a necessidade urgente do sonhador como o salvador da sociedade humana. Sociedades de cartão de crédito, tecnologia avançada e  comunicação instantânea, nas quais a criatura da indiferença invade corações e ergue monstros automáticos. Sim, a indiferença planeja monstros automáticos que obedecerão aos sistemas, de cérebro invisível, mas com tentáculos visíveis. A imagem é forte. Mas, que outra poderia ser utilizada? 
Só o sonhador trará o equilíbrio, a harmonia perdida, o sonhador é a personagem que teria o destino da cicuta, o destino da cruz, para usar uma figura que se ampliou muito na humanidade, a idéia originalmente mitológica de destino. E as figuras do veneno tomado pelo filósofo (aquele que é acusado de envenenar a sociedade e corromper a juventude, é forçado a tomar o veneno dos representantes da sociedade!) e a cruz de Cristo, como símbolos fundamentais  para se compreender a insensatez humana.
         Sonhador: o filósofo grego ensinando geometria aos escravos, um teólogo afirmando que a igreja é um relâmpago puxado por um carro de boi, o poeta Rimbaud ensinando o Alcorão aos meninos, o sanfoneiro com a alma do povo, que tocava num dia frio na praça Chamego o poema musicado de Patativa de Assaré, e sua contribuição maior para a humanidade na canção que fala do pássaro com os olhos furados para cantar mais bonito...
         A poesia, os cânticos bíblicos. Sanchoniathon, encantado diante do vendaval que erguia as ondas do mar criava o espírito de Deus. O jovem com a perna amputada e o rosto banhado de lágrimas, no convés, desesperado, querendo morrer, e na murada do navio olhando as ondas agressivas contra o casco, as espumas formadas pelo choque,  e o céu  que escurecia trovejando, o peito arrebentando  e o seu grito lançado em sangue aos céus: Espumas flutuantes. Espumas flutuantes. Espumas flutuantes!
         O poeta Ezra Pound numa transmissão radiofônica pedindo  apoio ao ditador Benito  Mussolini. Erasmo de Roterdam, o homem que via na imprensa o instrumento maravilhoso que abriria as portas de um novo tempo, escreve em sete dias o ELOGIO DA LOUCURA, obra impressionante do espírito humano, um dos seus maiores patrimônios, escreve-a na casa de Thomas More, seu amigo, como remédio para as insuportáveis dores renais; uma critica impiedosa da arrogância e  da insensatez humana, nascendo da dor e do atroz sofrimento .
         Sofrimento humano, a memória de um aspecto da condição humana.
Um homem segurando a minha mão na estação Sorocabana de Santos, que foi embora, foi destruída, acabou, não existe mais. Em seu lugar foi erguido um supermercado EXTRA, triste imagem dos nossos dias, templo do consumo substituindo uma estação ferroviária que jamais deveria ser demolida. Mas a estação está no único lugar possível, a memória afetiva. Memória afetiva que precisa ser resgatada, renascida, estimulada. É preciso um investimento fenomenal na memória afetiva para que não aconteça mais o que aconteceu com a estação ferroviária de Santos.
         Um gesto, uma xícara estendida com chocolate quente, mãos que tremiam, cortavam o pão e passavam manteiga numa manhã fria em Ribeirão Pires. E me estendiam o cobertor numa noite chuvosa. Quanto amor! Quanta ternura! Não encontro outras palavras. Para onde foi aquela manhã fria em Ribeirão Pires? Para onde foi aquela noite chuvosa? A memória afetiva precisa ser urgentemente resgatada!
         A memória afetiva é a memória do coração, da alma.
Um outro tipo de memória precisa de cuidados, de atenção, de gesto amoroso. É a memória literária. Uma das mais impressionantes do ser humano. Patrimônio de séculos, desde o primeiro fragmento em estela, a primeira argila, o primeiro papiro, os palimpsestos. Nós, os humanos, somos nossos próprios palimpsestos por causa desta memória.
         Como evocar a memória literária? Ela nos traz o mundo paralelo, a segunda vida vivida por cada um. Quem nunca leu um livro viveu apenas uma vida.
         O mesmo pode ser dito sobre o teatro? Sobre o cinema? Sobre outras formas de entretenimento ou manifestações culturais do homem? Não.
         O livro é o único que estabelece um contato solitário entre você e a segunda vida, que é a vida literária.Você é incompleto sem uma vida literária. Os personagens da literatura são como os seus vizinhos, as pessoas que encontra na feira, os que preparam a moqueca de peixe; elas estão protegidas, preservadas, a sua espera nas páginas de um livro.
         As suas impressões, a sua leitura, as imagens que você criou, a forma como interpretou, as emoções que sentiu, são únicas. Entre você e o livro (o objeto que tem alma!) não há intermediários, não há ninguém, só há você, o autor e a segunda vida. Um livro, além de solitário, é para sempre (Ver A ALMA DO LIVRO, artigo de minha autoria,  publicado no CORREIO DO SUL, Varginha/MG), essa é a sua alma!
         Mas quando você o reler, ele será outro livro, porque você será outra pessoa. Experimente reler algum livro que leu em 1978, seja Dostoievski, Erich Frohmm, Goethe, enfim, qualquer autor, qualquer livro que tenha lido. Verá que agora é outro livro, e descobrirá maravilhado que você é outra pessoa. Só o livro pode fazer isso!
         A memória literária é a memória inventada pelo ser humano e precisa ser cultivada diariamente, para que a sociedade seja humanizada. O livro espera por esse acontecimento extraordinário.
Aqui encerro essas reflexões sobre a memória, com suas prováveis divisões em memória dos sentidos, do sofrimento, afetiva e literária.

Marciano Vasques

sábado, 18 de dezembro de 2010

Mensagem

RECOMEÇO

Todos nós, em um momento da vida, temos que lidar com a dor do luto. A morte em sua túnica negra que vem e nos leva alguém para sempre. Nunca mais teremos a chance de dizer o quanto o amávamos, segurar suas mãos ou beijar sua testa. Nunca mais teremos a possibilidade de dizer o quanto nos arrependemos de palavras e atos proferidos entre chamas de intempestividade. Mas quem ama sabe, entende e perdoa mesmo que não tenhamos tido oportunidade de verbalizar um pedido. A morte também se aplica a relacionamentos, empregos, residências, saúde, entre outros. No sentido figurado é “fim, desaparecimento de qualquer coisa que tenha se desenvolvido por algum tempo”.
Em 1969, a Dra. Elisabeth Kubler, uma psiquiatra suíça, descreveu os cinco estágios das emoções de quem sofre de luto. Nem sempre passamos por todos, ou na sequência que ela usou, mas quem sofre uma perda provavelmente encontrar-se-á nessas emoções. A primeira, a negação, quando não aceitamos o que aconteceu, entramos em um estado fantasioso e não tomamos as providências necessárias. “Eu não acredito que isso aconteceu, é um sonho, quando acordar tudo voltará a ser como antes”. Acreditamos que podemos reaver o que ou quem perdemos, continua-se o dia a dia como se nada houvesse acontecido, estranhamente com alegria. Na segunda, a raiva nos consome, procuramos defeitos no passado ou acusamos pessoas e o destino pelo evento: “Nem era um bom emprego”. “Os outros” são culpados pela nossa perda, pelo nosso fracasso, como se não houvéssemos participado do processo ativamente. A negociação vem a seguir, a dor é grande demais e passamos a procurar formas de amenizá-la, seja através de oração, reuniões, pedido de desculpas: “Não posso viver com esse vazio”. Procuramos o passado para tentar mudá-lo. Depois, na depressão, percebemos que realmente não foi possível negociar com a vida e voltar a um tempo antes da perda, entramos em um estado depressivo, sentimos impotência, culpa: “A minha vida não mais tem cores”. Finalmente, vem a aceitação e continuamos a vida, seguimos em frente, buscamos novos objetivos, reencontramos a energia de outrora e voltamos a sorrir: “É preciso continuar”.
A época do Natal inunda muitas pessoas de nostalgia e sentimentos de luto, como um tsunami de memórias de um tempo que se afogou. Se não fossem as crianças esperando o Papai Noel, talvez muitos preferissem acordar em janeiro (negação). Nós, adultos, temos que lidar com a confirmação de que mais um ano se foi feliz ou não, nunca mais viveremos os mesmos momentos. Filhos cresceram, pessoas amadas partiram, empregos terminaram... Para os que foram felizes nesse ano, desejo que 2011 seja ainda melhor. Para os que passaram por um luto em 2010, desejo que o próximo ano seja o começo de uma nova estória, dessa vez com um final feliz. Reafirmo as palavras de Chico Xavier: “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”
Simone Pedersen

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Técnicas de Ilustração 11- Painel Romi


Caros amigos,


Desta vez o trabalho aqui postado não é uma ilustração. É uma alegoria, pintada a óleo sobre tela, nas medidas 3,00m X 1,93m. Foi encomendada para ser colocada na Sala do Conselho das Indústrias Romi, sediada em Santa Bárbara do Oeste, interior do estado de São Paulo. Foi pintada 37 anos atrás. O tema abordado foi a industrialização do aço.


Um abraço,

Gilberto Marchi


quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Coração de Sampa

Tratoria Moema

Dica imperdível para essa época de festas e comemorações é conhecer a Tratoria Moema, que fica na esquina da Jacutinga com Gaivota, no belo bairro paulistano de Moema. Há tempos, a AEILIJ regional de São Paulo vem fazendo a reunião de final de ano neste restaurante simpático e acolhedor. Além de todos esses predicados, o preço cobrado por pessoa é bastante razoável, dada a qualidade e o atendimento oferecidos.
Portanto, quem quiser comer bem e gastar pouco, é só aproveitar esta dica.
Bom apetite!
Um beijo a todos,
Regina Sormani

domingo, 12 de dezembro de 2010

NOTICIAS DA TERRINHA

Olá, depois de um longo tempo estou de volta.
Todos os anos, no mês de dezembro, a Prefeitura Municipal de Agudos, traz para a população, na Praça Tiradentes, shows dos mais variados artistas.
Este ano, com o lema de NATAL LEGAL, teremos os shows a seguir:
Dia 2 = Banda Visão M5
Dia 3 = Grupo Molejo
Dia 4 = Turma do Cocoricó da TV Cultura
Dia 5 = Ruan e Rob
Dia 8 = Banda Papo de Samba
Dia 9 = Banda Fishermen
Dia 10 = Banda Recomeço
Dia 11 = Grupo Ponto Com
Dia 12 = Mauricio e Vinicius
Dia 15 = Altamir Nascimento e Banda
Dia 16 = Duratex Banda Musik
Dia 17 = Banda Esij e Banda The Flanders
Dia 18 = Banda Alma
Dia 19 = Prestige Big Band - do nosso primo Fernando Pascoal
Dia 22 = Banda Contagem Regressiva
Dia 23 = Banda G5
Dia 26 = Tarde da Micareta com a Banda Tio Gueder
Dia 27 = Balada na Praça com o DJ Pantera
Dia 28 = Regis e Fabiano
Dia 29 = Banda H2D
Dia 30 = Banda Nossa Pegada
Além de todos esses shows, dia 18 haverá entrega de presentes para as crianças, chegada do Papai Noel e apresentação da Corporação Musical João Andreotti, na Avenida Carvalho Pinto.
Até o distrito de Domélia foi lembrado.
Dia 11 = Nedson e Edson e Dia 23 = Banda Fruto Proibido.
A ACIRA (Associação Comercial, Industrial e Rural de Agudos) aproveita para sortear motos, computadores, e muitos outros prêmios, dia 28.
Como estão vendo, o Natal em Agudos é muito alegre e feliz.
Na próxima prometo trazer fotos da cidade, que está toda iluminada e decorada.
Beijos a todos
Thelma

DOMINGO PEDE PALAVRA - 38


BRINCANDO COM O FANTASMA DA DECADÊNCIA


Eu poderia ficar aqui quieto no meu canto e seria da mesma forma vertiginosamente aplaudido silenciosamente, porém hoje, por ser domingo que pede palavra, resolvi escrever um pouco, quase uma pincelada, sobre decadência, isso mesmo, sobre o declínio da civilização ocidental.
Ainda não assisti ao filme do diretor de Benjamin Button, chamado A Rede Social, que trata da "Revista Caras" dos pobres. Sim, não assisti, mas gostaria de tecer um brevíssimo comentário, como convém em tempo de Twitter. Creio que o verbo Tecer não cabe, foi pura provocação, ou melhor, ironia.
O Facebook. Minha amiga entrou, ficou duas semanas, e caiu fora. Eu entrei, nem sei para que, e ainda estou na canoa, mas canoa furada..., já sabem, não é?
Vaidade. É a dança da vaidade. Mas uma vaidade sem sentido, claro que também sou leigo no entendimento desse nova civilização que está tomando o lugar da outra, a humanista. Claro que sei que não dá para fugir dessa nova, eu diria mais apropriadamente, era tecnológica. Sim, a tecnologia está tomando o lugar do humanismo.
A Ciberfavelização dos sentimentos... Sentimentos? Tem esse verbete em qualquer enciclopédia, digital, inclusive.
Se eu fosse adicionar a todos que me chegam no site de relacionamento, teria centenas e centenas de amigos. "Amigos". Pois é, deve ser vantajoso ter uma montanha de amigos sobre os quais nada sabemos, nem precisamos, pois não combina com o espírito do época essa coisa de ir até ao próximo. O importante é ter o próximo numa tela de computador. Nada além disso.
Minha querida sobrinha descobriu que existe o Orkut. O resto é vida lá fora, e isso dá uma trabalheira danada. Eu, no facebook, encontro poetas, escritores, intelectuais, artistas... E muita gente. É de fato uma rede. Mas, caiu na rede é peixe...
O que estou tentando dizer é que estamos dentro de uma armadilha, uma arapuca. Entrou, dançou. A melhor saída é não entrar. Começa a se desfarelar a distinção entre o público e o privado. Não haveremos de ter dentro de algum tempo a privacidade, a intimidade. Mecanismos serão criados para se promover a privacidade. Fórmulas milionárias, que enriquecerão alguns, pois muitos, saudosos do que viria a ser isso, irão comprar cotas de privacidade. Sei que é uma previsão de Apocalipse, mas algo assim irá acontecer.
Vamos ver aonde iremos parar. Estaremos todos ligados, conectados, numa rede gigantesca, num entrelaçamento de redes, como "vampiros de almas", e seremos um dia redescobertos como seres que realmente se comunicam entre si? Como seres pensantes, e efetivamente gregários?
Estou no Facebook, gente! Que vaidade! Na medida em que o sentido deixa de ser um requisito para a manutenção da saúde mental de uma sociedade, tudo passa a fazer sentido...
O fantasma da decadência já não assusta. Pois foi incorporado, e convivemos com ele a brincar.


MARCIANO VAQUES

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Homenagem ao escritor Francisco Marins na APL

Caros amigos,

Ontem, dia 09 de dezembro de 2010, com muita alegria, entreguei a Francisco Marins a placa de homenagem em nome da Assembleia Legislativa de São Paulo e AEILIJ regional SP. A homenagem foi realizada na Academia Paulista de Letras, que fica no Largo do Arouche, 312. Marins, conhecido como o escritor da juventude, escreveu, entre outros
livros a trilogia: Clarão na serra, O grotão do café amarelo, E a porteira bateu...
O autor tem 88 anos e reside em Botucatu, interior do estado.
Um abraço a todos,
Regina Sormani


Entrada da Academia

Interior da Academia

Francisco Marins



Regina, Marciano, Edson e Alina

Regina, Marchi. Marins e Maria Luiza Campos

domingo, 5 de dezembro de 2010

Feliz Natal


Meus queridos,
Aproveitei esta bela ilustração que o Marchi fez para a Alemanha, para desejar a todos um Natal de Paz e muita Luz.

Um grande beijo,
Regina Sormani

DOMINGO PEDE PALAVRA - 37

Marciano Vasques
  


O COLECIONADOR DE LÁPIS DE COR

 
 

“Se sabe que el que vuelve no se fue”
Pablo Neruda
 
Olhou para a coleção de lápis de cor e fechou a porta. “Quanto já terá? ” Perguntou-se. Mais de mil, com certeza, pois começara faz anos. Coisa de maluco! É o que no pensamento dizem todos. Deixou registrado no cartório a sua vontade de que os lápis fossem doados para uma instituição que cuida de crianças carentes. Após a sua morte. Claro. Antes continuará com ela, até o infinito.
Era uma promessa.
Na infância a mãe não conseguia comprar um lápis de cor para ele. Então jurou que quando crescesse teria tantos quanto quisesse. Iniciaria a coleção para que nunca viesse a esquecer o seu passado. Faz gosto ver todos que vão à sua casa e se impressionam com a quantidade de lápis.
Há poema no nome Apoena, pensou ao saber da morte do indianista. Olhou os jornais. Nas capas três mortes. “Como deve ser bom ser alguém importante e sair na capa do jornal, ter a sua morte em manchetes”. Um foi o Super Homem. Outro um escritor mineiro. O terceiro viveu com os índios. Mortes que merecem manchetes, mas ele não: se morrer, será apenas um desconhecido, que nada fez de importante na vida, além de colecionar lápis de cor.
Sempre gostou das mortes ilustres. No dia em que morreu Jorge Amado chorou. Em sua vida só leu um livro do escritor baiano: Seara Vermelha. Mas o que já fantasiara com a cena da injeção que o tal médico Epaminondas dava na tal de Marta...
Tem um amigo que nasceu no dia da morte de John Lennon. Sua mãe chorou muito quando soube. Evitaram ao máximo a notícia. Se pudessem deixariam passar todo o tempo do resguardo, mas sempre tem alguém que conta, e ela ficou sabendo em menos de um mês. Então jurou que o filho seria um grande lutador pela paz e defenderia a solidariedade entre os povos.
A mulher pôs na cabeça que o filho seria importante por ter nascido no dia da morte do ex - Beatle. Como para ela, em sua juventude, o cantor simbolizava a luta pela paz, então o seu filho...
Infelizmente a morte do jovem não virou manchete. Fora apenas um assalto. Reagiu de bobo. Mas o colecionador de lápis de cor ficou triste e depressivo. Afinal eram amigos. A aquarela dentro do peito a resistir como vela votiva perdeu as cores. Seu amigo sempre contava a história do nascimento no dia do ídolo da sua mãe, e jurava que ainda faria algo pela paz.
Os dois se conheceram na adolescência. E a amizade vingou.
Estudaram juntos, cultivaram o prazer pela boa música, não se apegaram aos modismos. O gosto musical foi se acentuando com o passar do tempo e tornou-se um gosto ilustre (gostavam de dizer isso) depois que assistiram ao filme “Buena Vista Social Clube”. Viviam a repetir que gostariam de ser na velhice parecidos com o Compay Segundo.
Lamentável que um jovem que nasceu no dia do assassinato do John Lennon venha a ser assassinado por causa de um trocado.
O colecionador chorou muito no enterro do amigo. E fez uma promessa para si. Enquanto o corpo baixava, ele jurava sob o guarda - chuva azul que o protegia da garoa interminável, que iria dedicar a sua vida à paz e a solidariedade entre as pessoas. Só não sabia como fazer isso, mas encontraria o jeito certo.
Passou a vasculhar pela internet o nome de tudo que é ONG.
De alguma forma iria tornar-se um benfeitor da paz. De alguma maneira iria contribuir com a solidariedade humana...
Da sua janela ouviu as piadas no quintal sobre a morte do Super Homem. “Ele pensou que ia voar, por isso não se segurou e caiu do cavalo!”. É sempre assim: piadas, conversas tolas, assuntos medíocres.
Nunca pronunciou uma palavra sequer contra Michael Jackson. Nunca fez piada com a dor e o sofrimento alheios. Nunca entrou na da mídia mundial quando ela cisma com alguém. Sempre foi solidário para com as vítimas do poder.
Falta algo em sua vida. Emprego nunca deu muito certo. Fez um teste para trabalhar num banco, mas na entrevista foi reprovado pelo psicólogo. Não atende ao perfil exigido pelos bancos. Trabalhou durante um ano no correio, como carteiro, mas pediu a conta. Então montou uma banca de jornal. Adotou ao pseudônimo de Zero e pôs o nome da banca de “Banca do Zero”.
Em homenagem a quem? Perguntaram alguns clientes. Sei lá, talvez a um romance do Inácio de Loyola Brandão. Você leu? Apenas umas duas ou três paginas. Mas gostei do titulo.
Isso é comum nele. Ter em casa livros que nunca abriu, como o “Romançario”, de Stella Leonardos. Nunca tocou nesse livro. Nem sabe mais como o adquiriu.
Para cada um dava uma resposta diferente sobre a história do nome da banca. Para um soldado disse que é para homenagear o seu personagem preferido dos quadrinhos, o Recruta Zero.
Arranjou uma namorada e já pensa em casar, afinal quem passa dos vinte anos solteiro corre o risco de ficar sozinho.
A namorada além de ser “instruída”, é leitora numero um de Literatura Infantil, vive puxando conversa com ele sobre o assunto, como se ele realmente tivesse vontade de ouvir.
“E viveram felizes para sempre”. Muita gente contesta esse final nos contos de fadas. Mas é por que não entendem. Esse final nada tem a ver com a tradição ocidental cristã. Realmente nessas historias os casais vivem felizes para sempre, pois o “pra sempre” está ligado a uma idéia diferente da nossa, que somos regidos pela instituição cristã do casamento, lá o “pra sempre” significa viver eternamente o momento. A noção de eternidade nessas histórias é diferente. O momento é eterno, A eternidade está no momento que se vive.
“Como no poema do Vinícius?”
“Mais ou menos”. Responde a namorada. “É algo mais ou menos assim, que seja eterno enquanto dure”.
Ela formou-se em letras e em seguida começou uma pós de literatura infanto-juvenil.
Ele começou a sofrer influência da namorada e do seu próprio trabalho na “Zero” pois sempre sobrava um bom tempo para a leitura e acabava lendo de tudo.
Decidiu ser escritor.
Não de literatura infantil, mas de histórias para adultos, contos. E pôs-se a escrever o primeiro. Se conseguisse iria escrever outros e mais outros, e um dia escreveria o seu primeiro romance.
Colocou no papel as idéias sobre paz e solidariedade. Mas a namorada foi severa nas críticas, e ele pela primeira vez passou a sentir-se um zero de verdade.
“Falta harmonia nos textos, e as idéias se repetem. E pior de tudo, não tem uma idéia central, um eixo para conduzir. O que você quer dizer afinal? Qual a sua idéia de paz e de solidariedade? Precisa ser mais convincente. E a linguagem não está boa, não está nada literária. Precisa reescrever tudo, do começo ao fim. Falo essas coisas porque te amo”.
“Não vou desistir! Se me tornar um escritor famoso, quem sabe conseguirei levar adiante a minha idéia de contribuir com a paz, e talvez possa lutar pela paz mundial. Sei que pode parecer ilusão, pois um escritor não tem nenhuma importância no panorama mundial, ele nem tem voz, quem afinal vai ouvir um escritor? Escritor é para ser lido, não para ser ouvido. Sei da ilusão de muitos que vão às Bienais, e querem ser reconhecidos pelo público, como se fossem um Caetano Veloso, um jogador de futebol ou um astro de Globo”.
Não se deu conta, mas estava se tornando perturbado pela impossibilidade de se contribuir com a paz e a solidariedade. Começou a ficar angustiado.
No dia em que leu as três mortes nos jornais já estava pensando bobagens. E tendo dentro dele a estupidez da morte do amigo quedou-se em indagações perigosas. Vale a pena viver? Qual o sentido da vida? Se nem consigo escrever um conto? Se nem consigo pensar numa forma de contribuir com a paz e a solidariedade?
Pensou em escrever um conto para o publico juvenil, com personagens adolescentes, mas não veio a inspiração. A sua vida de adolescente não teve graça, nada fez de interessante. Passou boa parte ouvindo musica, a outra foi socado, como se fosse vaso vazio, com conhecimentos de física e de química que nunca usou...Tornou-se uma especialista em esquecer formulas e aprendizado...
Esquecer é uma defesa do organismo. Lembrou-se de ter ouvido isso e numa mais esqueceu dessa frase. Apenas das coisas que aprendeu no colegial.
Não deu cabo de sua vida porque conclui que só valeria a pena fazer isso se tivesse uma vida que valesse uma manchete, mas nunca voou nas telas do cinema, nunca escreveu um conto, nunca lutou em defesa dos direitos indígenas, nunca fez nada que viesse a tornar a sua morte uma vendedora de jornais.
Se a sua morte vendesse jornais, que bom seria! Mas nunca passou mesmo de um zero. Teve uma fase em que decidira tornar-se artista e pintou alguns quadros sobre os quais nada teria a declarar numa entrevista, por pura falta de objetivo. Pintou sem rumo, jogou as cores na tela e desenhou coisa sem nexo, aliás, confessou um dia para a namorada que privilegiava em sua pintura a estética do feio, e dizia com convicção que isso estava bem de acordo com a arte contemporânea. Ela concordou.
Não seguiu a carreira de artista plástico por falta de condições para comprar material e pagar uma faculdade.
O dinheiro da banca mal dá para viver. Vivia se queixando.
Certo dia na calçada a dedilhar um violão viu aproximar-se um menino.
O garoto era seu conhecido, morava nas redondezas. Estudava na escola pública da Vila Nova, um bairro de ocupação vizinho ao seu.
-Você estuda naquela escola de lata?
-Sim!-
-E o que faz por aqui?
-Cato papelão e plástico, ajudo a minha mãe.
De fato, pouco adiante estava o carrinho de madeira quase cheio de papelão e garrafas de plástico.
Então ele lembrou bem do menino. Morava na beira do rio, na avenida Caititu e não tinha material escolar, pois o que ganhara da prefeitura já acabara.
-Gosta de colorir desenhos?
-Sim.
-Tem lápis de cor?
-Não.
-Gostaria de ter lápis de cor que nunca se acabasse?
O garoto não entendeu.
-Ele entrou, trouxe uma dúzia e entregou ao pequeno.
-Você vai colorir sempre que quiser, só não deixe que lhe tirem os lápis. Quando eles terminarem, volte aqui.
O menino foi embora feliz com os lápis.
Ele entrou e ligou para a namorada.
-Estou feliz.Descobri uma forma de ser solidário. E estou em paz comigo mesmo.
No dia seguinte foi ao cartório e registrou uma nova declaração.
-“No caso de minha morte, que os meus lápis de cor sejam entregues a todas as crianças que passarem descalças em frente da minha casa e que não tenham dinheiro para comprar um lápis sequer. Se eu não tiver lápis é porque já os dei todos, para os meninos da minha época, que são as crianças da minha vida. Do meu presente.”
Pela primeira vez sentiu-se um super homem. Descobriu a sua forma de lutar pelas crianças, entendeu que a sua contribuição é pequena, mas é a que lhe coube. E seguiu em frente.
Numa manhã ao sair de casa ouviu no rádio a canção do Toquinho.
Dias depois pintou a banca e mudou o nome de Zero para Aquarela.
Escreveu um conto intitulado " O colecionador de lápis de cor” e enviou para uma editora.
A namorada ficou torcendo.