sábado, 31 de março de 2007

Lembranças caninas

Nasci em Agudos, interior do estado, e lá cresci. Nossa casa tinha um belo quintal e vários cães. Lembro-me de todos eles com saudade, porém, a imagem que mais me vem à memória é a da Champanhe. Era uma fêmea da raça Fila Americana, batizada com tal nome por causa da sua cor. Champanhe gostava de " fazer uma boquinha" antes de dormir. Meu irmão, Alceu, que cuidava dela, sempre lhe dava um pequeno lanche, geralmente pão com carne. Num sábado à noite, Champanhe procurou por ele para comer, mas o Alceu que era pé- de- valsa tinha ido ao baile do Tênis Club com a noiva. Lá pelas tantas, já de madrugada, o salão do clube lotado, a orquestra atacando um bolero, os pares dançando de rosto colado... De repente, ouvi : "ai jesus" socorro! acode!... e lá estava ela, a Champanhe, fuçando de casal em casal, procurando pelo Alceu. Foi hilário! Meu irmão saiu do baile, levou a Champanhe até uma lanchonete e mandou fazer um lanchinho, que ela comeu de uma só bocada. Até hoje não sei como ela conseguiu entrar no clube. Só sei que nossa querida Fila Americana repetiu a façanha algumas outras vezes.

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