domingo, 18 de abril de 2010

NOTICIAS DA TERRINHA

Finalmente nosso lindo cinema será reformado e restaurado!
O presidente da ADEPHA (Associação de Defesa do Patrimonio Histórico de Agudos), sr. Mauro Napoleone, divulgou o recebimento de R$500 mil, repasse feito pela Cervejaria AMBEV, através de incentivos estaduais à cultura através do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
O projeto de reforma do Cine Teatro São Paulo, também foi aprovado pelo Ministério da Educação, por meio da Lei Rouanet, que prevê destinação integral do imposto de renda devido por pessoas físicas e juridicas para projetos culturais.
"Queremos desafiar outras empresas para que invistam, já que a ADEPHA tem disponivel credito em renúncia fiscal da Lei Rouanet, que captado via imposto de renda, dá isenção total da doação, ou seja, 100% do que for doado é abatido no imposto de renda devido, até de pessoa física. É nisso que estamos nos apegando para tentar motivar outros financiadores da obra, assim como a AMBEV fez." - explicou sr. Mauro Napoleone.
O projeto de reforma, que tem um custo de R$ 2 milhões, prevê a recuperação estrutural do prédio e da fachada e construção de um palco com camarins, lan house, minibiblioteca, lanchonete e espaço para exposições.

sábado, 17 de abril de 2010

DOMINGO PEDE PALAVRA - 4

QUEM CONTA UM CONTO AUMENTA O ENCANTO
 



Levo para casa o pássaro da “menina do conto”.

No caminho ponho-me a pensar que quem conta um conto aumenta o encanto.

O conto é o encontro com o encanto.

Coisas que penso, na direção da estação do Metrô, enquanto subo a Cardeal.

Passei o dia no Instituto Tomie Ohtake.

Penso coisas diversas. Um rodamoinho em minha cabeça. Queria ser apenas poeta.

Penso no significado de elite. A palavra é muito mal usada, como uma boa parte do nosso vocabulário. Elite significa originalmente os melhores. Não é o caso quando se fala em elite brasileira. No caso trata-se, na maioria das vezes, de pessoas endinheiradas, gente que tem dinheiro. Isso não tem nada a ver com elite, que é um termo belo em sua importância. Quem menospreza a elite verdadeira é um tolo.

O que se diz que é elite trata-se de gente deslumbrada, gente com dinheiro etc, que convive numa tolice circular, de grupinhos, mantendo um padrão hipócrita que convencionou que tudo que está exposto é arte.

O pior é teimar em enfiar goela abaixo verdades confeccionadas para satisfação indefensável.

Como passei um dia inteiro vendo arte, pus-me a pensar essas coisas, e claro que tentei afastar o pensamento. Tudo que está exposto é arte. Muita coisa se diz arte e a elite empina os aplausos e os comentários. Padrão hipócrita.

Chico Buarque é elite da música popular brasileira. Está aí uma coisa certa. Ele é o melhor e está entre os melhores, faz parte da elite. Esse é apenas um exemplo. Elite no bom significado, elite querendo dizer o melhor, a nata, o que se distingue, o que destoa, não elite no sentido usual, não a desvalorização do termo, da palavra.

Quem conta um conto aumenta o encanto. Gosto das “meninas do conto”. Penso também que hoje estou muito lobatiano, penso também que é preciso ter cuidado (e nem sempre sou cuidadoso) pois afinal os impressionistas quando chegaram foram inadequadamente recebidos e penso que hoje todo mundo gosta de Renoir, penso também que não tenho estrutura suficiente para segurar um debate sobre arte contemporânea, e penso finalmente que expor o meu pensamento é uma coisa válida.


No fundo reconheço que ainda prefiro a arte acadêmica. Fico emocionado quando estou na Pinacoteca, fico emocionado diante de uma pintura a óleo, fico emocionado diante de Almeida Júnior e por aí vou...

Sei que cada um se manifesta como pode ou sabe, cada manifestação é diferente. Uns ficam calados, alguns argumentam filosoficamente e outros desenvolvem reações explosivas, e no fundo todos gostariam de se manifestar diante de uma obra de arte, mas há muito medo, muito receio de que nos chamem de ignorantes, brutos...

Talvez tenham razão: é preciso mesmo uma lapidação imensa para que todos possamos compreender e nos acostumar com a arte que às vezes não consegue nos sensibilizar, não passa pelo belo, não vive a estética do belo (há outra?), e sinto que primeiro vem o sentir, depois o racionalizar, e essa é a chave.

Só entendo por arte aquela produção que consegue me provocar, aquela que me instiga ou me toca, aquela que eu não consigo produzir, não consigo fazer, mas está lá a me provocar. Se não me provoca, se não entra pelos canais do sentir, fica difícil para mim, que afinal tenho uma educação tradicional. A educação que me faz um conservador (conservar), a educação do chamamento, aquela que atende ao chamamento, e se ele não há, o que se diz arte não tem força...

São apenas fragmentos do pensar que me invadiu na subida da Cardeal. Lembrei-me da amiga que permaneceu três anos na faculdade de artes até encontrar uma saída, uma solução, teve a sorte, o privilegio de estudar num atelier, com um solitário artista de 70 anos, talvez o último...

O pássaro da “menina do conto” é uma dobradura.


Estou feliz com uma nova descoberta: quem conta um conto aumenta o encanto!


MARCIANO VASQUES

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Técnicas de ilustração- ed-02


Olá, pessoal!
O trabalho que apresento, Monteiro Lobato, foi realizado para a revista do Círculo de Livro. Pintei com óleo sobre cartão preparado com gesso. Utilizei medium Wingel para ter maior fluidez e secagem rápida.

Um abraço,
Marchi

Viva a Poesia!

Amigos, a poesia de hoje faz parte do meu livro:BICHINHOS DO ZOOLÓGICO, editado pelas Paulinas.Esse livro tem áudio/vídeo, com composições minhas, letra e música.
Um beijo,
Regina Sormani




Inspiro respeito e medo,
Não cheguem perto demais.
Adivinharam o segredo?
Sou o rei dos animais!
De lá pra cá eu passeio,
Rugindo feito trovão.
Mas, nem por isso sou feio.
Sou o famoso leão!

sábado, 10 de abril de 2010

DOMINGO PEDE PALAVRA - 3




DOMINGO 
PEDE 
PALAVRA


 
 
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A EDUCAÇÃO DOS SENTIDOS  


    

Penso que uma reforma educacional deva começar pela educação dos sentidos. É possível que os que lidam diretamente com a educação: ministros, secretários, pedagogos e educadores, não tenham ainda se dado conta da urgente reforma dos sentidos num projeto pedagógico. Nenhum projeto de grande envergadura dará plenamente certo e obterá profundo êxito se não se investir com seriedade nos sentidos.
         O que significa dizer reforma ou educação dos sentidos? Reforma, palavra extraída e retirada do acervo filosófico, semanticamente quer dizer aperfeiçoamento, reconstrução. Educação, e não reeducação, significa investimento, modelação, lapidação. São sinônimos.
         Não reeducação pelo fato de que nunca houve um projeto nesse sentido. Apenas isoladas iniciativas. Entre as quais a implantação de alguma disciplina sem conexão com uma idéia central.
         Mais do que nunca, em nossos dias é necessário se pensar essa questão, porque estão os sentidos prejudicados, afetados, mutilados.
         Examinaremos rapidamente cada um dos cinco. Não que sejam os únicos, mas são os que aqui nos interessa.
         Começaremos pela audição. É sabido que a música está muito alta. Ela não precisa estar tão alta, basta ser boa, penetrar na alma, voltar à sua essência, viver de acordo com a sua natureza, cumprir o seu propósito, ou, se quiserem, o seu destino.
Uma das reclamações mais ouvidas dos professores é a questão da disciplina. As crianças estão terríveis, agitadas. Não há disciplina e justamente não há porque não há disciplina nos sentidos, não há rigor, não há preparação para a chegada do belo, não há um curso de  recepcionista da beleza. É preciso disciplinar os sentidos!

"Rosa e Azul" - Auguste Renoir


As crianças são as mais atingidas pela guerra do barulho em nosso tempo.
 Barulho excessivo. Máquinas, trânsito, ferramentas, gritos, portas batendo, e a música. Sim, a música nas rádios, na televisão. É preciso investir na música suave. Criança deveria ouvir música clássica nas escolas. Junto com a cantiga. A cantiga, pela sua resistência e adoração das crianças. Um dos aspectos da semelhança entre a cantiga e a música clássica é a permanência de ambas. Elas transitam livremente no tempo, atravessando momentos, ou seja, modismos. Uma cantiga é para sempre, assim como uma música clássica. Ambas são teimosas. Teimosia cujo caráter é universal.
A educação auditiva da criança deveria começar com a música. Depois a voz. É necessário aprender a falar baixo. Depois aprender a ouvir. Esquecer do mundo televisivo, do barulho musical, das vozes altas, dos gritos caseiros, e aprender a ouvir. Sentir a delícia do ouvir. Sentir o prazer inigualável da audição. A criança devia fazer um curso de audição da natureza. Aprender a ouvir as águas no rio, o vôo dos insetos, os pássaros, as delicadezas dos gatos.Talvez voltar a ouvir uterinamente!
Os adultos deveriam reconhecer os benefícios do silêncio, como ponto de partida para ouvir a voz dos ventos, a música do bailado dos eucaliptos. E então, com a alma eucalipitada, ouvir a apaixonante voz humana. Percebê-la como instrumento oferecido pela natureza para embelezar a audição. Voz nascida para o diálogo, para depositar nos ouvidos a paz.
         A música está perdendo o seu sentido original de elevação do espírito. Ouve-se música em todos os lugares e a qualquer momento. No elevador, no trânsito, no escritório, no banheiro, no supermercado, no dominó, na conversa. Virou mercadoria desprovida de sentido. Se tivesse se transformado numa com sentido! Como, por exemplo, um alimento. Mas porque foi transformada em música pela música, modelada para ser descartável, ser da moda, perdeu o sentido.
Talvez tenha sido a moda, a parada musical, a pior invenção para ela, que pouco a pouco foi perdendo o seu caráter de eternidade. As pessoas estão saturadas de música, porque a indústria não pode parar de produzir e hoje se produz música como se produz qualquer outra coisa. Não há necessidade de tanta produção. É necessário que as pessoas voltem a prestar atenção na música, voltem a senti-la. Ela  solicita atenção! Não pode continuar sendo este fast food espiritual! É necessária a educação do ouvir, o aprimoramento da audição. O som precisa ser aprimorado. A música ganhou em tecnologia, em técnica, mas está perdendo em sentido. E o seu sentido precisa ser reencontrado na educação dos sentidos.
A visão acompanha a audição em perdas e danos. O olhar precisa ser educado para a libélula, para as inflorescências, para o rio, para asas e verdes. Precisa ser enluarado, ensolarado, ser educado para a o chamamento da poesia. Estar pleno de chuvas, impregnado do sorriso das manhãs.

Atualmente o olhar nos causa a triste impressão de ausência. Quantas vezes ele, por puro desconhecimento do essencialmente belo, se desvia. Perdeu a sua pedagogia, que é a de captar o belo, a visão esplendorosa da natureza e fixá-la no viver cotidiano. Um mestre da pintura, a elegância de um sorriso, as formas graciosas dos pássaros. Já não é mais o olhar do espanto, do pasmo diante da descoberta do mundo. A velocidade da comunicação e o excesso de imagens são prejudiciais a ele.
Precisa de uma pausa, de repouso, de serenidade. O lago necessita da uma morada, o barco também.O olhar precisa do barco, do lago. Ele é a morada. Tem que recapturar o seu próprio dom de conectar a poesia diária, atender ao chamamento, estar encharcado das cores da vida. A criança, as pequenas formas que rastejam e voam, o azul, o ar. Tudo é sua  propriedade amorosa.

É perceptível a degradação do olhar. As pessoas estão aparentemente olhando. Um rosto humano quase nem é mais visível. Cosmo significa organização. Cosmético, organização do rosto. A antiga tentativa de organizar o rosto, deixá-lo mais bonito do que já é naturalmente, sempre teve como motivo principal oferendas ao olhar.
Olfato. Como isso já está se distanciando! Como diminui o prazer dessa convivência! Odores da vida sempre foram um grande auxiliar no desenvolvimento e aperfeiçoamento do olfato. Mas, quase nem há jardins!
O olfato precisa reencontrar os minutos fundamentais para o seu exercício saudável. O retorno do perfume das flores, as fragrâncias da vida. O olfato é como a memória, quanto mais se exercita, quanto mais se usa, mais se aprimora.
A convivência com o inodoro, com os cheiros industriais e os cheiros da poluição das grandes metrópoles, são fatores que perturbam o olfato. A degradação da alimentação, a idéia de globalização, que não privilegia os odores regionais da alimentação,- os odores culturais, são elementos que pouco a pouco vão reduzindo a capacidade desse sentido. Tudo, desde o azeite até as flores, parece cada vez mais inodoro.Os insetos, pássaros e mariposas parecem não afetados. Um consolo para as flores.
O paladar, a gustação. Eis um sentido severamente afetado. O grande culpado é a chamada vida moderna, a linha de produção, a pressa. Não há mais tempo para nada. Parece uma insensatez alguém exigir tempo para se alimentar.
É necessário que adultos reaprendam a mastigar. O almoço, o jantar, a confraternização, o encontro, - pois é assim que deveria ser o momento da alimentação -, precisa ser urgentemente retomado. Quem sabe um decreto mundial determinando que todos façam do momento de refeição um momento prazeroso, alegre, feliz, no qual pessoas possam se encontrar em sorrisos, gargalhadas, palavras e conversas.

De certa forma uma boa parte da população está engolindo em vez de mastigar, saborear. Comer um simples pedaço de pão é uma arte. É evidente que a educação desse sentido só  é possível entre os que têm o que comer. Pois seria hipocrisia, insensatez mental se falar em educação alimentar, em refinamento do paladar, para a multidão de famintos que vivem no mundo. É, pois, o sentido mais prejudicado no mundo contemporâneo. De um lado, seres humanos vivendo a absurda fome, de outro, pessoas comendo apressadamente, sem motivação, apenas saciando os instintos naturais. A qualidade desabando, o fast food monopolizando, o sabor se evaporando, o prazer indo embora. O que deveria exigir um ritual de alegria, de encontros, parece se dissolver numa obrigatoriedade, numa execução típica de animal irracional. Comer, comer, comer, esquecer que se alimentar é oportunidade de elevação do prazer humano, de encontro com a amizade, com a conversa, com a harmonia, o gosto.
Costumo afirmar que a educação deveria ser doce porque é o sabor preferido das crianças, porém é visível a falta de preocupação caseira com a alimentação saudável, com a educação do sentido paladar: muitos doces e salgadinhos, balas e chicletes, poucas frutas e verdes.
Finalmente o sentido fortemente atingido pelo modo de vida atual: o tato.
É o sentido do toque, do aconchego, das impressões. Cada vez mais prejudicado. É o sentido da delicadeza, da suavidade. Mas o que ocorre é o contrário. Cada vez mais o tato vai caindo em desuso, o que significa, vai tendo sua função culturalmente alterada.Vejamos:
Indelicadezas reinam no dia a dia. As pessoas estão batendo a porta do carro, a porta da geladeira, as janelas e as portas. Não precisaria isso. Mas está virando um gesto cultural! Bater. A imprecisão do bater é cúmplice da pressa, que é a alma da época. O curioso é que a avanço da ciência, da tecnologia, cada vez mais solicita a delicadeza, o veludo, a suavidade. As teclas de um computador, qualquer eletrodoméstico, tudo pede um gesto suave, tudo caminha para o toque. A ciência evolui, mas o homem parece que não. Continua a usar a força onde não é necessária.
Ao mesmo tempo, contraditoriamente o ser humano que bate as portas, vai tendo dificuldade cada vez mais sentida, de demonstrar o seu afeto. Já não se abraça como antigamente! Aliás, quase não se abraça. Apenas finge-se. É o abraço da velocidade, é o abraço superficial. Raramente se abraça o amigo, a esposa, com força. A força foi canalizada para os objetos. Até um aperto de mão cada vez é mais rasteiro, as mãos se desconhecem, parece que o toque se afugenta do corpo humano. O corpo humano não é mais uma preciosidade. Está cada vez mais distante do afeto, do toque, do tato, do abraço. O abraço é um patrimônio humano que está sendo abandonado. E assim vai o tato, cada vez mais deturpado, cada vez mais deformado.
Encerro afirmando que a escola, a educação, os que se ocupam dos afazeres pedagógicos, devem prestar atenção no fato de que um projeto pedagógico que viabilize os sentidos, que privilegie a educação dos sentidos, é o primeiro passo para uma nova maneira de olhar a vida.


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MARCIANO VASQUES 



Marciano Vasques é escritor
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Biblioteca Sormani e Cidade de Sormano

Meus queridos,

A pedidos, estou postando aqui no blog, fotos da cidade e arredores de Sormano que tem hoje 633 habitantes e fica próxima de Milão, Itália. A primeira foto é do brasão da familia Sormani, que saiu de Sormano e foi se estabelecer em Milão. O prédio é hoje, a famosa Biblioteca Sormani, em Milão, antigo Palácio Sormani, onde moraram o Conde e a Condessa Sormani.
Um abraço,
Regina

















sábado, 3 de abril de 2010

NOTICIAS DA TERRINHA

Estou aproveitando a oportunidade para enviar as novidades que acontecem aqui na terrinha de Agudos.

Vem aí a 2ª FESTA ITALIANA - de 7 a 14 de abril - na Avenida Carvalho Pinto - Jardim Canaã - a partir das 19 horas.
Com parque de diversões, praça de alimentação, cantina italiana, shows todas as noites e danças típicas.
Programação dos Shows:
Dia 07 - Ivano Italianissimo e Banda Santa Fé
Dia 08 - Banda Canto D'Italia
Dia 09 - Banda D3
Dia 10 - Amigos S/A
Dia 11 - Quinteto Brasileiro de Cordas; Academia de Danças Priscilla  Teixeira; Desfile de Modas Bambinos e Banda Simetria.
A entrada é apenas 1 kg de alimento.
Vale a pena comparecer e curtir um pouco da nossa distante Italia.

Beijos
Espero voltar em breve com mais noticias.
Thelma