segunda-feira, 29 de março de 2010

DOMINGO PEDE PALAVRA


DOMINGO
 PEDE
PALAVRA




SOBRE A LITERATURA INFANTIL

DOMINGO PEDE PALAVRA
  
 
SOBRE A LITERATURA INFANTIL
 
A Literatura Infantil transmite os valores fundamentais para a criança. Fundamentais porque vêm de fundamento. É o discurso que funda, o discurso fundador. Estudiosos da Literatura Infantil sabem disso. Primeiro, que há valores que são fundamentais, que fincam as bases de uma cidadania universal. Valores que estão numa educação humanista; segundo, que a Literatura Infantil é a transmissora nata, por excelência, desses valores.
 
TATIANA BELINKY - AUTORA DE LITERATURA INFANTIL
REPRODUÇÃO
Giorgio Manganelli, que fez uma leitura reveladora de um clássico infantil, sabe disso, e todos os outros autores.
A Literatura Infantil apresenta-se como um espetáculo. Ela é, por si só, espetacular. Tudo nela converge para o espetáculo da infância. Os bichos, as paisagens da floresta, os bosques, as buscas, o “Era uma vez”.
No espaço sem figuras está escrita a história. A letra é uma outra espécie de figura, de ilustração. O que o desenho mostra ou não,  está ali, está contado ali, naquele espaço cheio de sinais imóveis para o espanto original, é lá que está a historia., que ela nasce. Os coloridos desenhos  ilustram, enfeitam. É essa a grande mágica, o despertar da curiosidade. Quando isso acontece, a criança está ganha. Ao ter a sua curiosidade despertada para o espaço da letra, ela já se tornou um leitor.
A importância da ilustração é inquestionável. Trata-se da protagonista para a criança em fase de alfabetização, pois é ela, a ilustração, que conduz a criança ao mágico mundo da história, que na letra está.
Depois, com o passar dos anos, a ilustração vai se encolhendo e ganha espaço a outra ilustração, a outra figura, feita com as letras.  A letra é outro desenho, que ocupa mais páginas.
Todos os personagens são amigos. O gato de botas, o lobo, a bruxa, a princesa, o sapo. Todos estão imbuídos de amizade que é universal. Atravessa fronteira a amizade da criança com os seres fantásticos.

 É PRECISO OUVIR O SAPO
Rospo é personagem de Marciano Vasques
 
Fantásticos porque têm a origem na fantasia. A fantasia é a vestimenta dos personagens. É a vida real que está fantasiada: Branca, Cinderela..., vestiram uma fantasia para entrar no mundo da imaginação, onde se elabora a realidade. Quando se fundem as duas é melhor, o resultado é impressionante. 
MONTEIRO LOBATO
REPRODUÇÃO
Monteiro Lobato fez isso, o homem do sítio pôs crianças de verdade convivendo com seres da imaginação. Uma fusão espetacular. Nenhum outro modelo pedagógico se aproxima do sítio. O modelo ainda inimitável de Lobato, está nesse fundir. A realidade mesclada com a imaginação capacitando a criança para a fantasia, ao mesmo tempo em que se apossa do mundo.
Na imaginação temos a realidade apresentada de uma tal forma que precisa ser decifrada. A criança precisa burilar essa imaginação para dela extrair a realidade. A chegada da criança no mundo real se dá por uma ponte inquebrantável. O trânsito original da criança rumo à realidade flui nessa ponte que é a Literatura Infantil. Tal literatura se constitui como ponte, e por ela a criança atravessa sã e aprende a governar os seus sentimentos, assim como compreender a realidade na qual vive, que ela é.
A Educação deveria observar essa função da Literatura Infantil, e rever alguns de seus conceitos, principalmente o da exatidão, no sentido da educação exata, cuja lógica converge para um saber adulto, desprovido do saber infantil: o único capaz de invadir o universo de magia e do “Era uma vez”. Talvez alguns fracassos escolares pudessem ser evitados. Ter o olhar da criança, norma número um. Norma que não normatiza, mas aproxima.
Toda ela, a Literatura Infantil, a bela Branca, se ocupa da construção do edifício ético cujas colunas da armação são formadas por aqueles valores fundamentais.

VERSÃO CINEMATOGRÁFICA DA BRANCA DE NEVE
 
A criança em contato com a bela Branca (que é multicolorida) está sendo preparada para viver a travessia que a levará para a compreensão da ciência, que é outra espécie de encantamento. O encantamento do adulto, mas que se principia na criança da travessia, quando, por exemplo,  diante de uma vela acesa que derrete. A chama da vela, a fumaça que se dissipa, tudo é um mistério que aproxima, um convite para o saber. O pente que se esfrega nos cabelos e atrai o papel picado. Enfim, trata-se do encantamento cujo nascedouro está na criança. A criança que no futuro  poderá se apaixonar pela compreensão científica, assim como ler os filósofos, qualquer um, um Montaigne, um Heidegger, um Nietzsche, enfim.
A Literatura Infantil terá existido desde os confins do tempo, na sua forma oral, na oralidade, com seus seres (dragões, etc) e principalmente, os animais.
O animal está mais próximo da criança. A sua identificação com ele é imediata e estrondosa, o animal é o outro. Ele é o ser que convive no mesmo mundo, não há diferenças de universos, e ambos precisam muito de afeto, ambos são indefesos.
O alfabeto animal a criança logo entende. Ela começa a falar pelo au, au, au...Assim ela vai identificando os seus primeiros amigos.
Grandes personagens da bela Branca são animais: corvos, lobos, raposas, coelhos, grilos falantes, e sapo. Eles estão no caminho, plena coreografia, puro cenário.
Possivelmente doutores da Educação, os que lidam ou teorizam sobre a pedagogia, os responsáveis pela organização do saber, os que fazem o movimento pedagógico, precisam ter contato com a Literatura Infantil e ouvir o que o sapo tem a dizer, antes de se transformar num príncipe.
DESENHO DE SOFIA FERREIRA
O que são os animais da Literatura Infantil? O que são as bruxas, os ogros, as fadas, os príncipes? São os sentimentos humanos, são eles que estão representados na bela Branca. O ciúme é um personagem presente em quase todas as histórias. O amor, o ódio, o medo...Todos os sentimentos humanos estão na Infantil, assumindo suas formas visíveis. É disso que trata tal Literatura: os sentimentos humanos. É através da decifração desses sentimentos que a criança se apropria da travessia. É assim que ela vai se confrontando com a realidade. É assim que ela se prepara para viver realmente.
 KIERKEGAARD - REPRODUÇÃO

Kierkegaard leu Andersen? Alguns intelectuais ficaram apaixonados pelo saber do “Era uma vez”?
Seria proveitoso para o mundo e principalmente para o universo pedagógico se todos os estudiosos pudessem dar uma espiada na Literatura Infantil.


MARCIANO VASQUES

 DOMINGO PEDE PALAVRA - TEXTO 01

sábado, 27 de março de 2010

Viva a Poesia!

Olá a todos!
Estou inaugurando uma nova página no blog: Viva a Poesia.
Pretendo postar neste espaço poesias minhas e de muitos outros amigos.
A poesia de hoje é de minha autoria e chama-se:

Travessuras no céu



O sol levantou cedinho
De bom humor,
Cheio de amor.
Queria fazer um carinho,
Secar o orvalho da terra,
Esquentar cada cantinho.
Mas, como é que ele podia?
O céu estava tão escuro
Que nem parecia dia...
O sol logo fez um furo
Numa nuvem encardida.
Buraco aqui, outro ali,
Fez cócegas na bandida
Até ela morrer de rir.
Foi aí que de repente
O céu parou de roncar,
O sol se abriu a brilhar
E a terra acordou contente.

Esta poesia foi publicada no livro Rebenta Pipoca, editado
pela Pioneira e os direitos voltaram para a autora.
Todas as poesias do livro Rebenta Pipoca, há anos, têm sido
solicitadas para publicação em livros didáticos.


Um abraço,
Regina Sormani

quinta-feira, 25 de março de 2010

Nova edição do PANDA GIGANTE



Olá, gente querida!
Acaba de sair mais uma edição do meu livro PANDA GIGANTE
editado pelas Paulinas. Ele faz parte da coleção PRESERVAR A VIDA
da qual também constam outros dois livros: MICO LEÃO DOURADO
e BALEIA AZUL. Essa coleção foi executada na técnica de colagem,
isto é: papéis de diferentes cores e texturas, sobrepostos ou
colados lado a lado. Material empregado: papel carmen, fabriano,
vergé, cola benzina, branca, estilete e tesoura.
Nosso objetivo é dar oportunidade à criança de se interessar por
essa técnica.
Dica: Uma maneira econômica de fazer colagens é utilizar recortes
de revistas usadas, papel jornal, de embrulho, etc...
Essa coleção foi ilustrada pelo Marchi.
Adaptei essas três histórias para o teatro, utilizando o Panda
como fantoche e a Baleia e o Mico como marionetes.
Já perdi a conta de quantas escolas visitei com o projeto
Teatro nas Escolas e sempre foi muito prazeroso sentir o carinho,
a participação e a alegria das crianças durante as apresentações.
Grande abraço a todos,
Regina Sormani









quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Presépio Ecológico





Início da montagem


Travamento(detalhe)



Eu precisava gravar uma matéria para a TV Paulinas sobre Presépio em Família que irá ao ar dia 23 de Dezembro, pela TV Aparecida, às 7 da manhã. Então, resolvemos, Marchi e eu, construir um presépio ecológico. Começamos a partir de uma embalagem de televisão de papelão ondulado que serviu de base. Passando pelo parque do Ibirapuera coletamos de tudo um pouco: folhas de eucalipto de cores variadas, cascas de árvores, gravetos, folhas e cascas de bambu-gigante, palha de coco, restos de troncos ressecados que se assemelhavam à madeira petrificada. Também usamos cordas de fibra natural, papel crepom, alguns fios de cobre e cola.
Iniciamos, cortando a caixa de papelão ondulado, utilizando as duas partes maiores como base e a parede que iria ser o suporte da gruta. As bordas laterais foram parcialmente aproveitadas como estavam e as outras partes cortadas restantes serviram para sustentar o peso do presépio. Foram fixadas em forma de travamento por meio de encaixes, dispensando o uso de cola. Em seguida, começamos a fixar as cascas e troncos que fariam as paredes da gruta. Para o piso e partes do fundo da gruta foram coladas as cascas que o bambu solta entre os gomos. Elas tem um lado brilhante e acetinado e o outro é opaco. Preferimos deixar o lado opaco para cima, pois se assemelhava mais à textura arenosa do chão de uma gruta.
Estava na hora de preparar as figuras. Vimos que algumas folhas de bambu dobradas e amarradas davam a impressão de cabeças. Da mesma maneira, foram feitos os corpos com braços e pernas. Confeccionamos o manto de Maria cortando um retângulo de crepom azul e o capuz, modelando um quadrado de crepom colado sobre a cabeça. Assim, também foram construídos José e o menino Jesus. Pedacinhos de corda serviram para amarrar a cintura e outras partes do corpo. A barba de José foi feita de corda desfiada. Faltava fazer os animais. Estes, também foram modelados da mesma maneira: com grupos de folhas de bambu amarradas. O berço foi elaborado com palha seca de coco e galhos cortados e amarrados. Para o acabamento foram utilizadas folhas de eucalipto que têm colorações diferentes e enriqueceram a decoração das bordas e o espaço fora da gruta.
Finalmente, nosso presépio ficou pronto!
E aqui está ele, na sequência em que foi construído.
FELIZ NATAL A TODOS!! PAZ, SAÙDE E PROSPERIDADE! MUITOS LIVROS EM 2010!!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Fotos da Ópera Bodas de Fígaro

Meu filho, Daniel foi um dos solistas, no papel do Conde de Almaviva, na ópera Bodas de Fígaro, de Mozart. O espetáculo foi encenado nos dias 4 e 5 de Novembro, no Teatro João Caetano, aqui em São Paulo.
Lá compareceram: as escritoras Maria Luiza Campos e Rosana Rios, esta, acompanhada pela filha. O escritor Edson Gabriel Garcia e namorada assistiram e gostaram muito. A ilustradora Nireuda Longobardi também levou a filhota para prestigiar o espetáculo. Fiquei muito feliz com a presença das minhas queridas amigas: Odette, Vera, Nice, Ignês, Dulce, Dirce, Heloísa, Estela, Tetê, Cecília e o maridão Zé Luiz. Agradeço a todos.










domingo, 30 de agosto de 2009

Bichinhos do Zoológico em sua 10ª edição

Acabo de receber os exemplares da 10ª edição do livro infantil Bichinhos do Zoológico, Edições Paulinas.
Abaixo detalhes do livro, ilustrado por Gilberto Marchi.