quarta-feira, 18 de maio de 2011

Mensagem

UM MINUTO DE SILÊNCIO

O céu é um lugar misterioso, que nos faz sonhar com anjos tocando harpas e crianças brincando com bichinhos de estimação formados pelas nuvens. Mas aqui embaixo existem pedacinhos do céu. São lugares especiais em que a obra é tão bonita que nos lembra o paraíso, porque ali trabalham os homens de boa vontade.

Dia doze de maio estive na festa do vigésimo nono ano da ATEAL (Associação Terapêutica de Estimulação Auditiva e Linguagem), em Jundiaí. Ali, dia após dia, setenta profissionais dedicam o melhor de si para diagnosticar, reabilitar e capacitar para o mercado pessoas com deficiência auditiva, que já passam dos 500 jovens hoje. Na oportunidade, inauguraram um anexo construído para ampliar a capacitação profissional dos assistidos. Oficinas de informática, laboratórios de linguagem e outras atividades serão desenvolvidas nesse Centro de Desenvolvimento de Competências. Houve uma apresentação do Coral Ouvir bem, viver bem com adultos e do Coral Corpo e Canto – projeto cujo resumo veiculado pela própria instituição reproduzo abaixo:

“O projeto objetiva facilitar os processos de aprendizagem e minimizar o risco social imposto pela surdez e distúrbios de comunicação que acometem as crianças e adolescentes, desenvolvendo a percepção de um corpo falante e a sensibilidade para as relações, valorizando a autoestima, a disciplina, a responsabilidade com o espaço e com o outro, a solidariedade, o senso crítico, a cidadania no que refere seus direitos e deveres.”
No início, a ATEAL foi fundada para oferecer tratamento aos pacientes locais que eram atendidos em Campinas. A viagem longa era ainda mais cansativa para pais com crianças pequenas, que passavam horas esperando no local de atendimento, saiam ao amanhecer e voltavam com o deitar da noite. Dessa oferta de ajudar quem precisasse, foram chegando pacientes de diferentes faixas etárias e regiões. O próximo passo foi buscar quem precisasse de ajuda nas maternidades, oferecendo diagnóstico o mais cedo possível para aumentar as chances de sucesso do tratamento. Hoje, o sonho é cada vez mais evoluírem as pesquisas, que atualmente acontecem através do NEP (Núcleo de Estudo e Pesquisa) e fazer um novo centro de pesquisa social para diminuir a incidência de casos de deficiência auditiva:
“O Núcleo de Estudos e Pesquisa da ATEAL objetiva ampliar conhecimentos, compartilhando ações e serviços através de parcerias com Universidades. Além de objetivar a divulgação e a incidência da crescente demanda da deficiência auditiva e dos distúrbios de comunicação, abordando uma mudança de foco da dificuldade de aprendizagem estabelecida e da deficiência instalada para propostas inovadoras de atuação.”

Quando conhecemos o espaço ampliado, havia uma exposição fotográfica comprovando a responsabilidade da entidade em cada projeto. Empresas interessadas em parcerias para inclusão dos jovens no mercado podem buscar informações no site: www.ateal.org.br.

Mas ninguém pode falar da ATEAL sem citar a Mariza Pomílio – fonoaudióloga responsável pela sua fundação . Tudo começou nela. Imaginem uma única pessoa que foi capaz de movimentar pacientes, familiares, empresários e poder público, fazendo da ATEAL uma referencia hoje, afetando e melhorando a qualidade de vida de incontáveis pessoas que passaram e ainda passam pelos portões desse céu. Eu nunca tinha conhecido um local de trabalho onde os funcionários amassem tanto o que fazem. Nunca ouvi uma reclamação. Surpreendentemente, ouvi relatos de pessoas que esperam ansiosamente a segunda-feira para voltarem ao trabalho. Esse amor, esse respeito e essa união são o resultado direto de uma mulher que, além de ser um modelo como administradora, é também um exemplo como ser humano. Perguntem daqui a cem ou duzentos anos quem foi essa mulher de figura delicada e alma de guerreira, e todos farão um minuto de silêncio, em respeito a ela, antes de responder.

Parabéns ATEAL, parabéns Mariza.
Vocês festejam, e quem ganha presente é a comunidade.

Simone Pedersen

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