segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Memórias do fusca Zé - O ovni

Conforme relatei no artigo anterior, onde falei sobre "A Charanga", o Zé era o fusquinha branco da família Ayub, de Agudos, interior do estado. A bordo do Zé, percorríamos ruas e estradas e nem sempre as viagens eram tranquilas. Certa noite, passava da meia noite e nós vínhamos de Bauru pela Rondon já nos limites de Agudos. Na frente, Neide ao volante e ao seu lado, a irmã, Filó. Atrás, eu e a Maria de Lurdes, carinhosamente chamada pelos colegas de Lurdão. Na verdade estávamos meio chateadas, pois tínhamos ido torcer pelo time de basquete de Agudos. Lurdão estava machucada e, sem poder jogar, ficou sentada na arquibancada durante o jogo, vendo nosso time perder.
Dentro do fusca, o clima era de total desânimo. A Neide ligou o rádio, Lurdão fechou os olhos e cochilou, embalada pela melodia. O ceu da meia noite não tinha nuvens, nem lua, e as estrelas pareciam estar muito, muito distantes. Eu estava com o rosto grudado na janela do carro, observando o ceu quando vi algo diferente lá no meio da escuridão Prestei atenção naquilo e notei que se tratava de um objeto. uma coisa giratória, um disco rodando, que brilhava. À princípio aquilo estava lá longe e num minuto já estava perto. O que seria?
Chamei as meninas:
- Gente, o que é aquilo girando no ceu?
Lurdão abriu os olhos resmungando:
- Não tô vendo nada...
Ela estava na outra janela, atrás da motorista e não conseguia ver aquilo que eu via. Mas, as irmãs, Neide e Filó que estavam nos bancos da frente, viram e começaram a rezar.
Tudo aconteceu com muita rapidez. Quando percebemos, a coisa luminosa pairou, estacionou no ar sobre o fusca Zé, mantendo uma boa distância, mas, imediatamente o carro travou e o rádio desligou. Acho que durou só um segundo, mas, pareceu uma eternidade.
E nós quatro ali, geladas, segurando a respiração.
Lurdão falou:
- Nossa, será que eu bebi e não lembro?
E num piscar de olhos, o disco, o ovni, avião redondo, sei lá, resolveu nos deixar em paz e, da mesma forma que apareceu, se foi, girando e brilhando, para cima, sumindo na imensidão do ceu.
Assim que o fusca Zé voltou à vida, o rádio recomeçou a tocar, a Neide pisou fundo e em dez minutos chegamos em Agudos. Ufa!!
Nada combinamos, mas nenhuma de nós comentou o fato. Com certeza ninguém iria acreditar.
Dias depois, soubemos por uma colega da jogadora Lurdão que o time estava treinando à tarde na escola e as jogadoras foram atiradas ao chão durante a passagem de alguma coisa que sobrevoou a quadra de esportes. Ninguém se feriu. Foi só um susto.
Agudos volta e meia aparece nos noticiários a respeito de ovnis. Não digo que sim, nem que não. Mas, eu estava lá, naquela noite, a bordo do fusca Zé com minhas amigas Neide, Filó e Lurdão.





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