SONHOS NÃO CICATRIZAM
Mais antigo que Cashmere Bouquet é o desejo que a mulher tinha de promover mudanças na sua situação opressiva.E muitas sempre compreenderam que a luta era só delas.O fruto do seu ventre cresce, se transforma num homem e a oprime.É uma situação patriarcal, com origens remotas, que precisava ser vasculhada, sacudida. Precisava do toque feminino para ser extinta!
Lá estavam, no nascedouro do século passado, com seus chapéus e longos vestidos, lindas, com seus sorrisos. Sonhadoras, frutos do romantismo, mas como sempre, corajosas e valentes.Um tipo de valentia diferente.
Outros sonhos ao lado dos velhos e costumeiros sonhos fabricados, estimulados pela sociedade que a queria formosa, melindrosa, mãe, esposa, obediente, calada. Ao lado da eterna espera pelo príncipe encantado, a gata borralheira transfigurou-se pouco a pouco na mulher ativa, participante, dona do seu belo destino, porque afinal, os sonhos, por mais combatidos que sejam e mais seqüelas que sofram, não morrem jamais e, curiosamente, não cicatrizam.
O teatro de revista, o “belo sexo”, os decotes, as rebeliões familiares, jovens buscando freneticamente a independência, e travando suas batalhas ao lado da moda,
Em 1922, a professora poetisa convida as mulheres a colaborar com os homens.A mulher também tem o direito de votar!
Entre lenços umedecidos de éter nos carnavais, as mocinhas iniciaram uma revolução que meio século depois iria ser finalmente deflagrada.
Tanta luta e a mulher adquiriu a sua maioridade. Conquistou seus espaços.Hoje cada vez mais ocupa cargos idênticos aos dos homens, amplia os seus direitos, participa mais ativamente da sociedade, e mais ativamente do que os homens nos movimentos políticos e nas passeatas.
Na história da periferia de São Paulo, grandes conquistas têm em seu histórico a participação decisiva das mulheres, que foram para a rua, o espaço público, reivindicar, exigir.
Ela não é mais alienada, nem submissa, mas uma guerreira, uma companheira na batalha diária pela vida.
Falo de uma mulher universal, pois ainda há muito sofrimento, muita submissão por este Brasil afora e em outras partes do mundo dogmas religiosos sacrificam brutalmente a mulher, ultrajando a sua condição de ser humano.
É necessária a compreensão de que ela não é apenas a musa inspiradora do poeta, nem tampouco um pedaço de carne sem cérebro, como quer a mídia com as suas popozudas, mas sim a grande companheira e, mais que isso, voltada exclusivamente para a vida, já que é especialista nisso, pois dá à luz, oferece à luz, traz à luz um novo ser vivo, acenando assim para o futuro.
Guerra e matança não combinam com o seu jeito, o seu estilo. De ser.
Sempre penso no coração de uma mãe na guerra ao ver seus filhos morrendo.Todo o orvalho de uma manhã seria pouco para uma comparação com suas lágrimas.
Uma palavra feminina poderia ser adequada para exprimi-la: felicidade.
Mesmo com toda a dor, toda a luta, todo o sofrimento imposto a esse ser lunar.
Lá estavam, no nascedouro do século passado, com seus chapéus e longos vestidos, lindas, com seus sorrisos. Sonhadoras, frutos do romantismo, mas como sempre, corajosas e valentes.Um tipo de valentia diferente.
Outros sonhos ao lado dos velhos e costumeiros sonhos fabricados, estimulados pela sociedade que a queria formosa, melindrosa, mãe, esposa, obediente, calada. Ao lado da eterna espera pelo príncipe encantado, a gata borralheira transfigurou-se pouco a pouco na mulher ativa, participante, dona do seu belo destino, porque afinal, os sonhos, por mais combatidos que sejam e mais seqüelas que sofram, não morrem jamais e, curiosamente, não cicatrizam.
O teatro de revista, o “belo sexo”, os decotes, as rebeliões familiares, jovens buscando freneticamente a independência, e travando suas batalhas ao lado da moda,
Em 1922, a professora poetisa convida as mulheres a colaborar com os homens.A mulher também tem o direito de votar!
Entre lenços umedecidos de éter nos carnavais, as mocinhas iniciaram uma revolução que meio século depois iria ser finalmente deflagrada.
Tanta luta e a mulher adquiriu a sua maioridade. Conquistou seus espaços.Hoje cada vez mais ocupa cargos idênticos aos dos homens, amplia os seus direitos, participa mais ativamente da sociedade, e mais ativamente do que os homens nos movimentos políticos e nas passeatas.
Na história da periferia de São Paulo, grandes conquistas têm em seu histórico a participação decisiva das mulheres, que foram para a rua, o espaço público, reivindicar, exigir.
Ela não é mais alienada, nem submissa, mas uma guerreira, uma companheira na batalha diária pela vida.
Falo de uma mulher universal, pois ainda há muito sofrimento, muita submissão por este Brasil afora e em outras partes do mundo dogmas religiosos sacrificam brutalmente a mulher, ultrajando a sua condição de ser humano.
É necessária a compreensão de que ela não é apenas a musa inspiradora do poeta, nem tampouco um pedaço de carne sem cérebro, como quer a mídia com as suas popozudas, mas sim a grande companheira e, mais que isso, voltada exclusivamente para a vida, já que é especialista nisso, pois dá à luz, oferece à luz, traz à luz um novo ser vivo, acenando assim para o futuro.
Guerra e matança não combinam com o seu jeito, o seu estilo. De ser.
Sempre penso no coração de uma mãe na guerra ao ver seus filhos morrendo.Todo o orvalho de uma manhã seria pouco para uma comparação com suas lágrimas.
Uma palavra feminina poderia ser adequada para exprimi-la: felicidade.
Mesmo com toda a dor, toda a luta, todo o sofrimento imposto a esse ser lunar.
MARCIANO VASQUES
Um comentário:
Olá Marciano!!
Graças aos ceus, este é nosso Brasil plural em cores e mulheres maravilhosas.
Ainda bem que somos homens particularmente sortudos, por enxergarmos mulheres como seres indispensáveis e imprescindíveis a existência humana, brasileira, sem metades, mesmo que popozudas ou escritoras, mas como simplesmente mulheres, fonte de vida e de luz.
Lindo post.
Abraço grande e fique com Deus.
Beto Ribeiro
PS: Obrigado por seguir o Ermitão, é um prazer tê-lo em nossa companhia.
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