quarta-feira, 23 de março de 2011

Dia de ofertas

Olá, minha gente!

Uma conhecida rede de supermercados elegeu a quarta-feira como o "seu dia mais barato". Então, é de se esperar que suas lojas fiquem cheias de clientes ávidos por aproveitar as ofertas, sejam elas quais forem. Existem filas, é claro: filas para 10 volumes, filas para 20 volumes, filas para idosos, deficientes e grávidas. As filas existem, mas, são pouco respeitadas. Pelos jovens e pelo pessoal da terceira idade. Impossível estar lá e não ver o que está acontecendo. Numa dessas filas, havia uma criança, uma menininha num carrinho, chorando muito e pedindo colo à mãe. A criança, com certeza estava exausta, ou com fome, sono, enfim exigia os cuidados que lhe eram devidos. A mãe, nada disposta a pegá-la no colo, tentava organizar as compras que ameaçavam cair do balcão. Ela gritava com a fihinha, inventando uma ameaça qualquer:
— Olha ali, o moço. Ele está bravo, é melhor ficar quietinha!
Ouvindo isso, uma senhora já com certa idade, que tomava um iogurte de morango, antes mesmo de pagá-lo, resolveu tomar as dores da criança, e disparou a dar conselhos à mãe da pequena chorona:
— Não faça isso, minha filha! Tire a menina do carrinho. Solte ela aqui no chão, tem muito espaço. Andando ela se distrai.
À minha frente, uma moça, já nervosa com a situação, virou-se para mim e sussurrou:
— Esta velha é maluca! Não vê que a menina ainda nem sabe andar!
Nesse momento, a mãe da criança se aborreceu com a intervenção daquela senhora e gritou, lá da outra fila:
— Cuide da sua vida, da minha filha cuido eu. A senhora está é gagá!
— Ora — respondeu a outra — não estou gagá, não!
— Tá na cara que está. A senhora não viu o anúncio dizendo que não é permitido abrir as embalagens e nem comer coisas que estão expostas na loja? Todo mundo está vendo a senhora tomando iogurte no gargalo e comendo essa ameixa, que aliás, nem foi lavada... Que nojo!
Felizmente, minha fila andou, paguei e fui embora. Para trás, ficaram todas as ofertas da "quarta-feira mais barata" e outras mais. Ofertas de má educação, falta de solidariedade e de consumismo desenfreado

Um forte abraço,
Regina Sormani

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