NESSA NOVA FORMA DE SER E DE ESTAR
Quando solicito a amizade de alguém no facebook, por exemplo, eu, no meu caso, tenho como interesse as ligações artísticas, ou seja, o universo das letras e das artes. Então, para mim, é naturalmente claro que aqui o conceito de conhecer, quer dizer, de conhecer alguém pessoalmente, é relativo, isto é, mudou substancialmente.
Ao convidar alguém tenho em conta a alma da pessoa, isso quer dizer: os fragmentos, os indícios, que o perfil da pessoa me transmite e que me dizem que ela seria um bom amigo para o enriquecimento cultural e para a troca das ideias e das informações necessárias e realmente essenciais. No meu caso, quero encontrar artistas, e poderá ver que sou um divulgador dos artistas (Veja CASA AZUL DA ARTE), pois também sou um, embora das letras. Resumidamente, quero ter amigos que se movimentam no universo das artes, da música, da poesia, da literatura, e que apreciem literatura infantil.
Nesse sentido, poderá compreender como tornou-se relativo o conceito de conhecer, pois se assim não fosse, ninguém poderia ter amigos do mundo das artes. Veja que às vezes até um Atlântico os separam fisicamente.
Essa revolução que estamos vivendo transformará a vida da humanidade, e causará mudanças tão profundas que jamais em qualquer época se imaginou.
O primeiro conceito revolucionário é justamente a extinção da privacidade, que aos poucos vai se delineando nesse infinito espaço virtual.
Já sabemos que à medida que alguém entra na rede já se submete ao fim de tal atributo da personalidade, que também sofre modificações neste complexo, não de todo ainda assimilado, mundo globalizado. Que se expande a cada dia na incrível biblioteca da cultura humana que nas redes sociais se ramifica .
Seria por demais profético e assustador supor que no futuro o indivíduo não mais se reconhecerá como tal, e só conseguirá encontrar a sua identidade no coletivo, em qualquer rede que se agregar. Que o homem seja um ser gregário já o sabemos desde sempre, porém, algo de inestimável valor está se dissolvendo entre os dedos do tempo, que é a privacidade. Já há cruzamentos de dados, já temos mecanismos com inteligência virtual capaz de buscar informações incríveis sobre alguém; um amigo será sempre uma multidão.
Essa democratização da amizade, no novo mundo das ideias, é estranhamente benéfica. Vejamos:
Um exemplo bem vulgar, mas profundamente revelador. Uma artista joga na internet uma declaração altamente preconceituosa sobre Itaquera por conta da construção do estádio que abrirá a copa de 2014. Essa declaração torna-se pública e revela aquilo que nenhuma mídia e nenhum marketing poderá ocultar, que é um pensamento, um fragmento que não pode ser desprezado.
Artistas se tornam amigos na rede, e não se conhecem pessoalmente, nem é necessário que tal coisa exista, ou seja, o contato pessoal, pois o que realmente importa é o conhecimento daquilo que se diz sobre as coisas que se pensa e se gosta e se vive, cada qual no seu mundo, mas entrelaçados todos num universo que ninguém mais segura. O universo das relações de interesses, que são os elos de ligação, se me faço entender.
Que cada amizade poderá florescer, ser cultivada a cada dia, isso é outra coisa, pois o que importa nas redes, é a catalização das ideias, dos gostos, do apuro para com as artes, com os interesses de ligações, com as palavras que criam entrelaçamentos.
Cada qual expõe o que de fato interessa, e isso é certamente o melhor de cada um, e é o que de fato tem prioridade nesse novo universo, nessa nova forma de ser e de no mundo estar.
Marciano Vasques
Um comentário:
Olá!
Estou te segundo e apreciando os seus posts...
É sempre bom conhecer amigos ligados às Artes, não é mesmo?
Aprendemos com eles e eles nos presenteiam com seus escritos e suas obras maravilhosas...
Bjs
e ótimo início de semana.
Chris
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